A Mulher dominada pelos valores da sociedade patriarcal, sem vontade própria, sujeita à vontade do
homem durante séculos, ainda hoje não se destacou dessa subordinação de forma
consciente e lúcida e mantém inconscientemente a mesma subordinação às
autoridades e leis vigentes, dentro da ordem estabelecida que a domina, sejam quais forem essas autoridades e leis; e
ainda que se julgue na aparência que a mulher “moderna” é liberta, ela
insere-se na sociedade machista apenas mascarada de uma FALSA integração social
e política, mas continuando a usar o discurso masculino, a ser aglutinada pela língua e perfeitamente controlada por esses valores de dominação;
essa pretensa liberdade e integração, de que se faz tanto alarde, não passa de mera de manipulação política
por parte dos chefes e os seus problemas, como o é no caso da despenalização do
aborto, a legalização da prostituição ou outro qualquer assunto feminino, continuam nas suas
(deles) mãos.
Os problemas das mulheres são hoje olhados e debatidos
apenas dentro da ordem social na afirmação pelo trabalho, ainda e sempre a procriação ou a sexualidade,
discussões entre a despenalização do aborto ou as creches e reformas sociais
para a mulher (a mãe ou a puta?) sem qualquer consciência dos problemas de base
que as aflige, enquanto ser humano que sente e pensa independentemente das suas
funções, tal como um homem é olhado e considerado um ente, para lá da sua sexualidade e da sua função
de procriadora/o ou como utente/vítima da prostituição e as suas sequelas. Sim, o homem é a entidade, e a mulher um seu apêndice apenas...
(ESCRITO EM 2007)
r.l.p.
Rosa Maria Barros
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