A LIBERDADE FEMININA…
Com senhoras de genealogias. Com senhoras graduadas. Querias
que tivéssemos senhoras autónomas como as nossas silenciosas escravas?"
(...)
* Paulo Iturra
in: MULHERES PORTUGUESAS DO SÉCULO XX
VARIAÇÃO EM DÓ MAIOR…
Penso nas mulheres das classes "privilegiadas",
nessas "senhoras de genealogias. (...) senhoras graduadas. (...) senhoras
autónomas como as nossas silenciosas escravas?"*
Senhoras que hoje se julgam livres e escrevem caladas sobre
a dor de serem escravas...senhoras moldados no silêncio de séculos, mães, amantes,
rainhas e concubinas, divididas entre amantes e maridos, disfarçadas de
modernas, que se crêem resolvidas e de bem com Deus e o Estado...Elas dizem O
Homem, e elas repetem as suas palavras que são a negação de si como mulheres, a
sua servitude, a sua perversa impostura de "boas mães e boas esposas"...
Elas escondem a sua frustração e a sua agonia, mas são essas mulheres
psicólogas totalmente desequilibradas a nível pessoal ou médicas falsamente dedicadas,
que desprezam as outras mulheres, mas podem ser muito caridosas e até fazerem
serviço voluntário junto das mulheres pobres e desgraçadas, e até prostitutas
de rua e benzem-se piamente depois... Sim, católicas, boas católicas...que
antes poderiam ser freiras se o pai decidisse ou beatas de sacristia ...mas
agora são as filhas dessas senhoras, que
são escritoras de sucesso mediático,
entrevistadas pela televisão; são mulheres que estão nas montras das livrarias
e dão as mãos a padres missionários e senhores ministros...têm deputados por
maridos, advogados milionários, donos de Bancos; sim, são essas mulheres que
são rapidamente celebradas pela máquina...engolidas pela publicidade...que
vendem aos milhares as suas novelas cor-de-rosa e histórias de princesas e de
marquesas que gostavam de ser...inventam uma Marquesa de Alorna em versão erótica
ou uma rainha louca decapitada...para as milhares de pobres coitadas, senhoras
de nada…
Sim, são essas as filhas das "senhoras de
genealogias", agora "senhoras graduadas." (...) "senhoras
autónomas como as nossas silenciosas escravas?"*
Rlp
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