O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 17, 2012

QUEM É LILITH


ELA É A ESSÊNCIA DA PAIXÃO


“Ela é puro fogo, fogo ardente e potente de um amor único e singular, chama terrível sim, que nós ainda não conseguimos suportar. “*


Não é fácil aceitar esse fogo da transmutação...por isso tem de se ir devagar e sem medo...contra todas as barreiras da mente e de todos os medos que nos tolhem, todos os conceitos que nos amarraram, daqueles que nos quiserem mortas antes de tempo e insípidas toda a vida...Mulheres destinadas a esposas ou mulheres fatais, castas esposas e fiéis ou prostitutas acossadas nas ruas, mulheres abusadas e humilhadas, apenas "preenchidas" pelos filhos e pelos falos...mas não, esse não é já o nosso destino, hoje camuflado de tantas liberdades...
Não estou a falar das mulheres mais jovens, nem da sua paixão pelo homem como é óbvio. Nesses casos quase sempre as mulheres, além da sua própria sexualidade activa, são estimuladas por toda uma propaganda abjecta em que a mulher é quase sempre desviada de si própria e instrumentalizada para obedecer e dar prazer ao homem sem se conhecer e em função do homem exclusivamente embora se tenham invertido um pouco esses parâmetros – para dar a mulher a sensação de que ela também conta - através de uma publicidade que faz agora do homem que dá prazer à mulher um herói e desse um princípio de dever nas relações sem que contudo a mulher se conheça mais ou melhor no seu potencial ou a dimensão interna da sua energia sexual/erótica e em que, em muitas e muitas situações, ela é forçada agora a simular um prazer que não tem senão paga o preço do macho ferido no seu orgulho. Ele agora não tem só que “possuir” muitas mulheres…ele tem de dar “prazer” a uma mulher…(ou muitas mulheres).
A Mulher tem em si um poder sensual e uma extensão única, um manancial fechado, desse mesmo poder que é a energia de Lilith. A mulher tem dentro de si esse potencial da Deusa, toda a força da Natureza, e a energia amorosa que cria e criou o mundo e a Terra.
É um grande desafio, uma grande aventura a de a Mulher se olhar um dia e se Sentir e de repente ver inteira – independente do corpo de desejo ou idade que tenha - e aceitar a sua sensibilidade/sensualidade alargada para lá, muito para lá da mera sexualidade.

Creio mesmo que a sensação de a mulher nunca ter encontrado, regra geral, a sua plenitude no amor e a sua suposta frustração sexual – não ser entendida, correspondida, e tida em conta na sua extrema e complexa sensibilidade – e tudo o que se especulou sobre um ponto “G” na mulher algures no seu órgão sexual e de uma suposta experiência de prazer sexual extraordinário e que os homens (inclusive sexólogos ou peritos, psicólogos etc.) não saberiam como lá chegar, não é mais afinal do que esse Prazer imenso só seu de ser mulher em si e não depender de ninguém ao se descobrir inteira nesse corpo sensual que não é só corpo nem só sensual pelas sensações exteriores através da pele e zonas erógenas, mas sobretudo por essa sensualidade que é fogo interior que brota de dentro e que lhe sobe nas veias e que vem do mais fundo das suas entranhas e de um sentir visceral, como de um vulcão em erupção se tratasse; sim é dessa fusão que se trata e como digo no livro,*
“ Lilith é uma experiência no âmago da mulher no seu centro nuclear que implica o seu corpo, o seu sexo a sua alma e o seu espírito em fusão e só essa experiência dá a dimensão do Ser Mulher ou da Deusa na mulher."

Se por um lado a mulher com a idade pode perder parte significativa da sua libido ou a apetência sexual pelo macho, (não considero aqui a propaganda médica e farmacêutica que quer vender estimulantes em nome da saúde sexual ou da escravidão da mulher ao sexo, como o viagra nos homens etc, perfeitamente contra natura) por outro, ela aumenta a sua sensualidade na Alma e no coração ardente… assim, a novidade é minhas amigas A Mulher não morre para a Paixão nem acaba a sua capacidade de se sentir viva e ardente na menopausa, antes começa a sentir e a irradiar a força desse fogo que concentrou dentro de si, mesmo sem o saber, essa força adormecida que agora pode acordar conscientemente e fazer dela um Oráculo, fazer dela Uma Xamã, fazer dela um Velha Sábia cheia de amor e dignidade. Porque é esse Amor indefinido e potente como um raio dentro de si…que faz a nobreza da Mãe e a grandeza da Mulher…e ela irradia à sua volta.


 rosaleonorpedro

 *O Livro de Lilith (sem título definido ainda e não publicado.)

3 comentários:

Aliks disse...

Bom dia Leonor ... muito bom começar a semana com um texto tão inspirador que nos coloca frente a frente com essa pureza e força interna ... muitas vezes sufocadas pelo medo do pecado ...

Um abraço

rosaleonor disse...

tENHO IMESNO PRAZER QUE ASSIM SEJA PARA SI e desejo que se encontre sempre com esse prazer renovado de ser Mulher...

abraço

rleonor

Vânia disse...

Primeiro q tudo bom dia Rosa. há 3 anos atras nunca tinha ouvido falar de Lilith. Obrigada e um beijo do meu coração.