O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 21, 2013

O MEDO DAS DOENÇAS...

 


 
Porque fogem as mulheres do Seu Labirinto…

Tudo o que sejam trabalhos de nível espiritual, patriarcal, xamânico, tântrico, cultural ou artístico, tudo o que sejam as expressões lúdicas do seu ser em expansão, elas aderem com uma certa facilidade…mas quando se trata de aprofundarem uma consciência do seu lado oculto e da parte essencial de si mesmas, a mais difícil e controversa, essa é a parte que não ousam enfrentar, e assim recuam e mantêm-se apenas na superfície de um entendimento qualquer sobre a deusa ou sobre as deusas na mulher; há porém um conhecimento que precisa de um maior aprofundamento em si e  que significa  ir muito para além de se frequentarem cursos Wicca, rituais, workshops, irem a um Festival da Deusa, ou mesmo conhecerem os seus poderes, serem médiuns ou curadoras. E esse trabalho é enfrentarem o seu abismo pessoal, é irem ao mais fundo do seu Labirinto, olharem-se no espelho e verem-se do outro lado, o verso e o reverso de si…e amarem-se como são…aceitarem-se como são e a partir daí começar então o trabalho de escavação psíquica...Sim, ir ao fundo da nossa Psique, resgatar o outro lado de nós...o oculto e o denigrido o apagado e o rejeitado...pela história e a cultura dos homens!
Aí elas temem e hesitam, e recuam…

"A aprendizagem da realidade sem rosto é dolorosa, assusta (porque destrói o ego) mas é uma aprendizagem que se faz" - Jung
 
Sem dúvida que se trata do mais difícil em nós  é muito doloroso: no caso da mulher particularmente ela é um ser demasiado ferido e precisa essencialmente curar-se a si própria antes de querer curar ou ajudar quem quer que seja…e enquanto a mulher exercer o seu Dom - e este é o ponto da minha questão a questão para mim crucial neste tempo de transição de paradigma - que a mulher integre as duas mulheres em si cindidas pelo patriarcado…porque fazer trabalhos os mais incríveis e variados que sejam, sem integrar as duas mulheres cindidas pela religião, que as separe e divide em estereótipos, ela não pode integrar mais nada de forma saudável, porque o medo e o antagonismo entre a “outra” mulher sombra que a ameaça…não permitirá criar essa irmandade sonhada e tão desejada.
Há sempre um dia em que a mulher se torna inimiga da outra mulher…mesmo que não o ouse dizer ou mesmo ter disso consciência, ela vai sempre odiar a mulher que, quando menos esperar, a espelhe na sua sombra a mais dolorosa…e quanto mais fugir dela mais ela a perseguirá, mais a fará sofrer e as suas irmãs….
(...)
2012
rlp

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