O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 14, 2013

O PODER DA FECUNDIDADE E DE DAR VIDA


 

A NEGAÇÃO DA MULHER…

“O termo homo sapiens (literalmente homem conhecedor ou homem inteligente) é um belo exemplo do chauvinismo dos nossos sábios. Neste caso, isso chega mesmo ao ponto da negação total da existência de mulheres na espécie assim definida. Contudo, se os homo sapiens não tivesse sido senão isso, há muito tempo que eles teriam desaparecido, incapazes de se reproduzirem…”

in QUANDO DEUS ERA MULHER – M. M.
 
 
A Mulher é a fonte da vida. É ela que  ampara e suporta  o homem desde que nasce até que morre, é ela que o inicia ao  AMOR e o ensina na VIDA, desde que nasce. 
O drama das nossas sociedades caóticas e em crise é essa mulher já não existir…há muito, é essa mulher ter sido apagada da História dos homens. Por isso a mulher moderna não tem a mínima ideia da mulher ancestral, dessa mulher forte e inteira que desapareceu da face da Terra e deixou de fazer parte da humanidade há centenas de anos para dar lugar a uma mulher fraca submissa e travestiada,  dividida em dois estereótipos ou mais, explorada, violada, abusada moralmente e psicologicamente cada dia da sua vida, na rua, no trabalho, ou em casa...mas ela aceita e cala...acha normal... 
A mulher moderna dentro desse paradigma foi-se tornando aos pouco num ser vazio e amorfo, sem voz, sem vontade, um ser sem vida própria, uma mulher que se copia de uma cópia com que  a formataram os homens; tão diferentes da mulher dos primórdios, da mulher original, da mulher egípcia e da mulher celta, cuja dignidade era o seu apanágio e liberdade,  essa mulher que é  nossa ancestral foi inteiramente esquecida e esmagada, apagada das escrituras ditas sagradas, dos manuais de história e da própria língua falada. Não se diz Mulher mas o Homem no sentido da Humanidade. A mulher aceita essa aglutinação do seu ser e fala e repete e imita o homem em tudo...
A mulher moderna, supostamente emancipada, a intelectual a escritora, a académica, ou a catedrática, aceita este apagão, não se questiona, ela é a serva do Sistema, defendo-o, contra ela mesma. Ela não se relaciona com essa mulher total, primordial, a antiga sacerdotisa, a profetisa, a vidente, a curadora, a parteira, a Mãe amante e livre, a Mulher integral, não dividida, a mulher consagrada, ela nega-a…e ri-se da ideia da Deusa na Mulher…e quando eu evoco essa MULHER que há de vir, que é a mulher que vem do Futuro chamam-me moralista...ou puritana reacionária ou  androfóbica... já estou habituada...
 
Nota:
A imagem da Deusa de Willendorf não é propriamente um modelo 36...nem  100...e juro que não estou a promover uma outra imagem da mulher à sua imagem... mas a libertá-la dos espartilhos da moda...que já não apertam com cordões...mas com dietas e operações de estética...

 

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