O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 14, 2013

UMA LEITORA ACIDENTAL...


 


"Fatima Mernissi diz que o harém da mulher ocidental é o tamanho 36."

 COMENTÁRIO DE UMA LEITORA ACIDENTAL...
(os acidentes acontecem)

Olivia Barbosa deixou um novo comentário na sua mensagem "É A MODA FEMININA GAY?":

“Ora bem encontrei o seu blog por acaso, e li o seu comentário e fiquei um bocadinho desiludida por isto:
1.Cada mulher é que sabe como se sente melhor. Reações como a sua estão em grande forma no médio oriente em que, com argumentos semelhantes aos seus , as mulheres são obrigadas a usar lenço e umas capas para não mostrarem as formas.

2.Não é verdade que os estilistas sejam todos Gay , e muito menos que os Gay odeiem mulheres.Isto são afirmações abusivas e muito fáceis. Muitos estilistas são mulheres hetero e homo e não fazem diferente.

3.Finalmente não gosto de moralismos. O seu parágrafo final é puritano e moralista. Nenhum de nós sabe o que é o ideal para o outro, por isso, do meu ponto de vista, o ideal é preocupar-nos com quem não tem liberdade para escolher e não dar sermões a quem a tem.”

Olívia Barbosa

 

Ora bem...vamos lá ver as suas questões...a que não vou responder a sério, porque você também não me leu a sério nem me conhece de lado nenhum e só se baseia neste pequeno texto…

1º Não se trata de modo algum de moralismos, e acusar de moralismo quem se atreve a mudar o discurso mediático ou a questionar o "politicamente correcto" do consumismo geral de ideias e roupagens, então esse meu moralismo só pode ser medido pela bitola do seu próprio moralismo, amoralismo, imoralismo?...não sei e além do mais essa sua leitura é uma leitura muito redutora de uma ética séria  e já agora também de uma estética verdadeira...

2ª As mulheres estilistas entram de uma maneira geral dentro do mesmo padrão/estereótipo   dos gays ...como se a mulher tivesse uma medida...sim, a moda é grosso modo a moda  ou de gays ou de mulheres… "travestis" – a mulher é vestida ou veste-se  em função do imaginário masculino - e é a da mulher sob MEDIDA...ou não é? Onde é que ficam as gordas, as cheiinhas, as velhas e as magras sem medida certa?
SE calhar você pertence ainda a esse Harém de que fala Fatima Mernissi que diz que “o harém da mulher ocidental é o tamanho 36", isto em resposta à sua maldadezinha de comparar os meus argumentos aos do oriente etc. E depois olhe, sinceramente, já não tenho paciência para modernices e sabe, minha cara, já vivi e conheço muito bem o mundo de que estou a falar e falta-me paciência para os seus argumentos...se não gosta, em bom português, “ponha a beira do prato”... Ninguém a convidou a entrar onde não é chamada…ou então pense por conta própria e reveja os seus próprios conceitos...e os lugares comuns da moda actual de pensar moderna – que é não pensar nada, mas seguir a moda do que está na moda…numa pretensa liberdade etc...

Acho que terá de chegar aquela idade ou aquele tamanho em que já não é modelo de nada nem usa 36... para perceber do que eu falo! De qualquer modo esta é a nossa liberdade, dizer-se o que se pensa e fazer pensar. Se pensa ao contrário tudo bem. Mas em nome de quê então vem se queixar dos meus sermões? Não a conheço de lado nenhum nem você a mim. E se publiquei o seu comentário foi para lhe poder responder...podia tê-lo simplesmente ignorado, mas não receio que quem me lê e já me conhece me julgue aquilo de que você me acusou...
E passe bem...
Porque este espaço dá para tudo e para todos/as e há quem goste e perceba do que eu falo.

Rosa Leonor Pedro

4 comentários:

Else disse...

Pelo jeito a Olivia nunca leu algo de Fatima Mernissi e não pretendo esclarece-la. Não tenho tempo para tal.
E não sou leitora acidental, sou assídua.

rosaleonor disse...

Felizmente que tenho leitoras assíduas...

grata, do coração por estar aí

rleonor

Olivia Barbosa disse...

Confesso que foi uma surpresa enorme a violência da sua resposta, que vai aumentado à medida que vai respondendo,o que achei interessante por ser uma atitude um bocadinho masculina.Pensei que as pessoas que fazem blogs gostassem de outros pontos de vista e de uma boa discussão, por isso é que os faziam abertos à opinião de todos,como é o caso do seu.
Claro que não a /o conheço, nem é essa a questão, conheço o texto que escreveu e foi esse que quis comentar.Dizer-lhe que no médio oriente usam os mesmos argumentos não é maldade é só constatar um facto. E embora gente com tamanho 36 também tenha o direito de discordar de si devo dizer-lhe que visto 42 e já passei bastante da metade da esperança média de vida.
Muito obrigada e desejo que encontre pessoas que não concordem consigo porque nunca a unanimidade provocou evolução sobretudo para as mulheres.

rosaleonor disse...

Olívia...confesso que gosto mais deste seu tom... muito menos agressivo e violento - foi como eu o senti, uma agressão - ao meu texto. Por isso compreendo que sinta o mesmo com o que eu disse. Alias como lhe disse estou cansada destes argumentos de mulheres que teimam em não ver o sistema e em como ele as reduz a modelos e tacitamente o defendem. Mal entendidos certamente tudo isto. Ah, sim sou absolutamente tão masculina como feminina...não tenho problemas com isso e pareço até de facto violenta, uma vez que não me coíbo de dizer o que penso e sinto sem rodeios...mas as palavras são quase sempre violentas quando as pessoas não se vêm ou olham nos olhos ou sentem a energia que as acompanha...
E agradeço-lhe imenso ter discordado de mim...o problema não é esse, é o mal que a mulher faz a si e as outras ao branquear questões de fundo defendendo questões secundárias. Talvez não entenda o que eu digo, mas não fui eu que fui violenta..o seu tom era hostil...e eu respondi! Mas não me desculpo nem me justifico. Sei que não nos podemos entender todas...e tudo isto são meros conceitos... e implica sobretudo empatia e você não teve nenhuma. E a velha rivalidade e antagonismo das mulheres é das coisas que eu mais deploro, assim verá se ler alguma coisa mais do que eu escrevo; mas essa antipatia ela estava lá...no seu comentário. Volte a ler...