O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, junho 04, 2013

SER OU NÃO SER MULHER?



 
 
 
A MULHER SEXY

"A mulher sexy é aquela que usa grandes decotes ou vestidos chamativos e está sempre rodeada de homens. Mas os homens ao seu redor estão lá por acreditarem que esse é o lugar mais seguro do quarto, o lugar onde é mais fácil provar a sua masculinidade e continuarem a sentir-se homens.
... A mulher sexy está tão tão ocupada em emitir o sinal "Sou mulher ... Sou mulher ... Sou mulher ... Sou uma mulher ..." que não exige nada do homem a seu lado excepto a sua total atenção. Está tão absorvida no jogo do seu papel que não tem um interesse real nos seus pares. No fundo é uma figura trágica. Provavelmente em pequena aprendeu a ser uma menina doce e condescendente para agradar aos pais, que gostavam de a exibir ao mesmo tempo que lhe ensinavam que as pessoas muitas vezes se tratam umas às outras como posses.
Á medida que cresceu começaram a abordá-la homens que, basicamente, não gostavam das mulheres: usavam a companhia delas apenas para provar a sua masculinidade, e fazendo assim delas o que as feministas chamam um objecto sexual, mulher-objecto ou simplesmente "uma tipa com quem passar um bocado ".
Eventualmente transformar-se-á numa mulher frágil e crispada, com uma imagem muito pobre de si mesma e que oferece uma mercadoria muito simples. Pode até mesmo chegar a dizer: - Aos homens só lhes interessa uma coisa ... ", mas na realidade é ela quem não tem nada mais para oferecer. No fundo, nunca aprendeu a comunicar-se com outro ser humano."
(...)
 
Livro e autora na imagem acima
(tradução Mariana Inverno)

 

 
..."mas na realidade é ela que não tem nada para oferecer"...
 
O que é que nós mulheres devemos ou podemos pensar desta frase...nós as mulheres não sexys à partida...
Podemos efectivamente pensar se aos homens realmente interessa outra coisa...mesmo que a mulher tenha mais para dar...coisa que a autora do livro (que eu não li) sugere...
E aqui nós entramos na velha questão deste Blog...que Mulher é a mulher, que mulher somos nós...e portanto nós sabemos já que a mulher sexy não é uma mulher inteira, mas essa coisa obcecada com a ideia que tem dela, aquela que lhe disseram que devia ser para agradar aos homens e ter sucesso na vida moderna ...Sim, ela bem tenta ser a imagem que dela fizeram os homens...mas ela não é uma mulher...inteira. Ela é só a tal metade, e a outra metade é a que fica em casa a cuidar dos filhos, por vezes degradada, desesperada, desleixada...frustrada a todos os níveis, mas boa mãe e boa esposa...e que de sexy não tem nada...ela é maternal e até  doce (quando não é amarga...)  e tem muito mais para dar...mas precisamente o seu desespero nasce, a sua negligência, porque o homem só quer mesmo isso dela, essa metade de trazer por casa.... para depois ir buscar a outra metade algures... Porque se as mulheres estão divididas em si em duas mulheres, tipo a esposa e a amante, uma séria e outra sexy, também o homem está dividido em relação a essas duas mulheres...ele não quer uma mulher inteira, uma mulher que seja sexy na cama e  uma senhora à mesa...não...ele quer também uma "senhora" contida na cama e de boas maneiras, que nada exija dele e que não se manifeste muito...porque ele para provar a sua  "masculinidade" vai procurar a outra no bar ou na rua...ou no Bordel, as vezes no trabalho, a colega "emancipada" e sem problemas de ser uma ou outra, etc.
 
rlp
 

2 comentários:

Else disse...

Na minha concepção, há mulheres (homens tb) sensuais, porém sexy é um produto, é criado, não é uma natureza ou temperamento.

Muitos homens sentem-se atraídos por mulheres "sensuais", porém também têm medo delas, por ser algo autêntico, são impotentes. Já as "sexies", não.

Sobre o ódio velado, o desprezo, para mim, é todo dia mais palpável.

rosaleonor disse...

Sim, essencialmente a mulher é sensual, seja até bonita ou feia...é uma coisa de dentro que se projecta para fora, mais do que essa ficção do sexy que é fabricado pelos homens a seu gosto...e que as visa coibir naquilo que eles mais temem...a sua natureza verdadeira e selvagem...