O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, junho 18, 2016

WOMEN



A MÃE VISTA COMO "PERTENÇA" DO HOMEM...


"A negação de si mesma é posta em marcha a partir do nascimento, a partir da primeira relação com a mãe, onde esta já não se encontra presente como mulher com o seu corpo de mulher, estando ali como mulher do homem e para o homem.
(…)
O facto da menina viver a relação com a pessoa do seu sexo apenas através do homem, com essa espécie de filtro que existe entre ela e a mãe, é a razão mais profunda da divisão que encontramos entre uma mulher e o...utra mulher; nós as mulheres estamos divididas na nossa história desde sempre, não apenas porque cada uma de nós está unida socialmente ao marido, às e aos filh@s – este é apenas o aspecto visível da separação – a divisão dá-se a um nível mais profundo, ao não conseguirmos olhar-nos uma à outra, ao não sermos capazes de contemplar o nosso corpo sem termos sempre presente o olhar do homem.
(…)
Num artigo em “L’Erba Voglio”… insistia na relação interrompida com a mãe, ou no mínimo deformada desde o começo precisamente porque a mãe não é a mulher, apenas “a mãe”, ou seja, a mulher do homem. Do facto de que a mulher não encontra na relação com a mãe o reconhecimento da sua própria sexualidade, do seu próprio corpo, procede depois toda a história sucessiva da relação com o homem como relação onde a negação de tudo aquilo que tu és, da tua sexualidade, da tua forma de vida, já se produziu.”


Lea Melandri
La Infamia Originaria (excertos)

WOMEN...

A realidade porém é que é a mulher que contem - desde que nasce - o homem em si porque é a mulher que contem o filho...e nunca o contrário...
Em inglês   a palavra Mulher -  Wo+men  -  já contem dentro  (men) o homem. É a Mulher que é o contentor e o homem o contido, sempre, mesmo nas relações sexuais.
Como diz Elisabeth Schüssler Fiorenza para terminar com "a violência linguística do chamado masculino genérico centrado no idioma, eu uso a palavra " Mulher " em forma " Inclusiva ... E já agora, relembrá-las que só funciona em Inglês: " ...Mulher " inclui " homem ", " Ela " inclui " Ele ", " fêmea " inclui " macho "...



"O feminismo não está preocupado apenas com o sexo, mas também com a raça, classe e imperialismo, preocupado com kyriarky (Quiriarquia (?) sistema social ou conjunto de sistemas sociais de conexão construídos em torno de dominação, opressão e submissão) : Império, Senhor, mestre, pai, a elite masculina que determina o poder..."


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