O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 09, 2017

A MULHER CONSCIENTE DE SI



A Mulher Consciente de si é a Mulher consciente da sua cisão interna primeiro e quando inicia o seu processo de integração consciente das duas mulheres divididas em si pelo patriarcado - a luta entre a boa e má, a santa e a pecadora - e à medida que vai percebendo como essa cisão se deu dentro dela e também antes dela na mãe na irmã e na avó etc. e como essa divisão se instalou e foi transmitida  através da educação patriarcal e religiosa e de como ela é passada de geração em geração...

Sim, à medida que a mulher vai caminhando para dentro dela unindo essas duas mulheres, não sendo nem uma nem a "outra" e perdendo o medo de ser julgada e deixando de se sentir culpada, ela vai entendendo como a mulher se perdeu dela mesma. Se a mulher aos poucos for integrando a noção e o sentimento de que ela é as duas em si mesma, e não vivem separadas nem são antagónicas - isso as torna então mais fortes e naturalmente conscientes de que são uma só mulher. E ai serão bem mais hábeis em perceber o ataque secular à parte de si julgada como pecadora e essa ideia ou sentimento arraigado deixa de fazer sentido e a partir daí torna-se indiferente que o homem a ache ousada, provocante e sensual, que  isso já não a afecta, nem ao seu comportamento nem a sua liberdade...Quando ela entende que tem o direito a ser uma mulher total, sexual sensual e ousada e ao mesmo tempo ela pode ser terna e doce e recatada...e até pura e nela já não há conflito interno então sim, a mulher é inteira e liberta de milenares conceitos baseados na culpa de Eva e do pecado.

É ai que ela pode dizer e ser o que quiser ser de todo o direito e o que sentir deve expressar a sua totalidade, essa natureza instintiva e sensual e a sua natureza maternal e afectiva sem separação. Sim, a mulher não cindida é as duas em simultâneo e deve responder com todo o seu ser a cada desejo de ser mulher, seja como mulher de desejo, seja mulher de ternura de afectos e emoções, seja como mulher recatada e mãe dedicada ou profissional de carreira médica ou feiticeira!

Sabemos no entanto que a mentalidade machista dos homens não vai mudar assim tão facilmente e que eles podem não entender essa mulher porque eles mesmos sempre a dividiram para reinar e a transformaram na esposa casta (fechada em casa) e a mulher fácil... a mulher da vida, que viola e de quem abusa...e portanto temos de estar preparadas para neste ver como eles vão continuar a rejeitar essa sua liberdade de ser total, acusando-o de vadia ou perdida se ela não for apenas a mulher submissa e casta...e do lar ou da rua a que ele está habituado.

Falar desta integração parece fácil mas sei que esse trabalho de dentro é árduo e vasto e complexo e exige muita vigilância e conhecimento psicológico da mulher. Sem esse aprofundar da sua psique poucas mulheres percebem isto e falam apenas da boca para fora...o discurso até se pode tornar viral.  Desse modo  se ela decidir lutar com todas as suas forças contra o Sistema que a aprisiona e diminui e divide como ser, ela vai perder-se e continuar alienada de si se antes não conseguir encontrar uma estrutura psíquica forte, esse SABER INATO e intuitivo que a salva e lhe dá a dimensão ontológica - pois o Sistema sabe bem como a continuar a dividir ou simplesmente abater...Ele sabe que a dividiu para a afastar da sua Essência há centenas de anos...e foi assim dividindo-a em dois tipos de mulher que os homens contruíram a sua supremacia, anulando  a Deusa Mãe e destruiundo a própria Natureza....


UNIR AS MULHERES PELO SEU POTENCIAL INTERIOR...

Por isso é preciso que ao tomarmos consciência do nosso imenso potencial como mulheres e do imenso Amor que há em cada uma de nós, não nos fiquemos pelas palavras bonitas nem pelos belos discursos ou pelos rituais nem pela mera teoria, nem pelos cursos de cura e de meditação…Ser Mulher em si é que é a Cura válida e definitiva...

É preciso pois que nos juntemos de facto e sejamos unas em Consciência, em espírito de verdade e numa autêntica irmandade Unidas na alma e na essência, não ligadas por ideias ou crenças, nem a força de idealizações, porque a nossa Força interior, o nosso Poder interno podem fazer a diferença e irmanados em sentimentos, pensamento e acção, quando juntas poderemos então mudar radicalmente a face da Terra e trazer a Paz que o Mundo precisa.

Rosa Leonor Pedro
rlp

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