O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, junho 25, 2017

O recente despertar da mulher....



NA MULHER O CONFLITO ENTRE O EXTERIOR E O INTERIOR PODE SER DEMOLIDOR, SE ESTA NÃO ESTIVER CONSCIENTE DA SUA VERDADEIRA NATUREZA INTRÍNSECA, SE ELA NÃO ESTÁ CONSCIENTE DA SUA EXISTÊNCIA...

"Cada indivíduo tem uma natureza que busca amor e relacionamento, mas também há incrustada em todos a necessidade de lutar pela verdade impessoal. Essas tendências opostas são expressões da dualidade da natureza humana, que é tanto objectiva quanto subjectiva. Em todos os seres humanos tal oposição está activa e leva inevitavelmente ao conflito. No actual mundo ocidental esse conflito é bastante grave e cai mais duramente sobre as mulheres, porque a civilização ocidental dá ênfase ao valor exterior, e isso se ajusta mais propriamente à natureza do homem do que à da mulher. o espírito feminino é mais subjectivo, mais relacionado com sentimentos do que com as leis e princípios do mundo exterior. e resulta que o conflito entre o exterior e o interior é usualmente mais devastador para as mulheres do que para os homens.

Existe outra razão pela qual esse problema é particularmente urgente para as mulheres de hoje. Referimo-nos ao recente desenvolvimento do lado masculino da natureza da mulher, que tem sido uma característica tão marcante nos últimos anos. Esse desenvolvimento masculino está definitivamente ligado à sua vida no mundo dos negócios e, na maioria dos casos, é até exigido como pré-requisito para ganhar a vida no mundo, praticando uma profissão ou seguindo uma ocupação. A mudança de carácter, que tem acompanhado essa evolução, não existe só na parte profissional da vida de uma mulher, mas afecta a sua personalidade inteira, e tem causado mudanças profundas na sua relação consigo mesma e com os outros..."*

"... O recente despertar da mulher de sua longa apatia trouxe à tona poderes latentes que, muito naturalmente, ela está ansiosa por desenvolver e aplicar na vida, tanto para sua própria satisfação e vantagem, como para aumentar sua contribuição à vida do grupo. Esse passo adiante no desenvolvimento consciente não acontece sem dificuldades e obstáculos. Ela afastou-se da velha e bem estabelecida maneira de conduta e adaptação psicológica da mulher, e se acha hoje atacada por problemas que nem ela mesma e nem as mulheres pioneiras que iniciaram o movimento pela emancipação da mulher previram. Essas mudanças têm produzido para a mulher um inevitável conflito interno entre a necessidade de expressar-se através do trabalho, como um homem faz, e a necessidade interior de viver de acordo com a sua própria natureza feminina..."*

In OS MISTÉRIOS DA MULHER
de M. Esther Harding

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