"...a sinceridade exige conhecimento de si e o conhecimento de si é fruto da idade... Como é que uma mulher tão jovem poderia ser sincera ? Ela não poderia ser sincera porque ela não se conhece a si mesma."- M. Kundera
COGITANDO...
Estava a pensar como é difícil lidar com tantas formas de sentir e pensar...e as diferenças, sejam de idade sejam de carácter ou cultura e como as relações humanas são complexas e implicam tanto cuidado na abordagem dessas diferenças, quando com elas somos confrontadas...
Pessoalmente nem sempre consigo ser correcta...ou distanciar-me de uma reacção instintiva que aparece quase sempre como defesa do que eu penso ser a verdade...e que gera o ataque de uma diferente opinião. Mas como ser sincera? E ai como diz Kundera "...a sinceridade exige conhecimento de si e o conhecimento de si é fruto da idade..." e isso portanto limita qualquer pessoa a se entender e portanto a compreender as outras...
Levamos anos a aprender a respeitar todas essas diferenças, levamos anos a aprender a recuar e a observar e a aceitar o/a outro/a na sua visão das coisas, independentemente da nossa ...e raramente conseguimos ser imparciais na nossa análise a não ser quando já percebemos - o que acontece muito tarde na vida - que o essencial de tudo o que vivemos e sentimos nada tem a ver com ideias nem opiniões nossas ou de terceiros (sejam eles filósofos teólogos ou psiquiatras etc) e que a vida é aquilo que cada ser vive e sente e não a afirmação da verdade e da justiça como padrões que correspondem apenas a conceitos e ideias temporais feitas a partir de filosofias e religiões e dogmas, e saber que raramente tudo isso nada tem a ver com a experiência de vida de cada ser...
Outra cosia grave que acontece nas realções é as pessoas baseadas na sua experiência presumir que alguém quer dizer isto ou aquilo quando não sabe ao certo o que a outra pessoa sabe e sente...e ai cometem-se os erros mais graves...até de destruição de alguém que não conhecemos...
Mas mais grave ainda é que desrespeitamos a experiência vivida pelo ser humano para dar lugar ao conhecimento fictício que tomamos por garantido e certo...por isso anulamos os velhos e as mulheres na sua experiência de vida autêntica e seguimos Mestres e "avatares"...
Isto parece que invalida a necessidade de saber e conhecer as leis do mundo e do universo, da ciência e da história, ou as leis diria da vida em si e do ser humano per se - mas do ser humano realmente quem é que sabe as leis da sua natureza interna que não são só cérebro e vísceras, esqueleto e órgãos, mas coração com emoções e sentimentos, sonhos e alma que não se pensa?
Mas mais grave ainda é que desrespeitamos a experiência vivida pelo ser humano para dar lugar ao conhecimento fictício que tomamos por garantido e certo...por isso anulamos os velhos e as mulheres na sua experiência de vida autêntica e seguimos Mestres e "avatares"...
Isto parece que invalida a necessidade de saber e conhecer as leis do mundo e do universo, da ciência e da história, ou as leis diria da vida em si e do ser humano per se - mas do ser humano realmente quem é que sabe as leis da sua natureza interna que não são só cérebro e vísceras, esqueleto e órgãos, mas coração com emoções e sentimentos, sonhos e alma que não se pensa?
Quem sabe quem é quem?
Quem sabe ao certo quem é?
O famoso EU SOU...ou QUEM SOU EU?
De onde vim e o que estou cá a fazer?
Sim, quem sabe ao certo responder a tantas destas questões - "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo" de Platão...
Quem sou eu mesma? Sim, onde está o EU, mim, o "eu sou", o Eu dito superior...sem ser apenas este eu que nasce e morre?
Se ninguém sabe que alma tem...como diz o poeta que cuidado devemos ter uns perante os outros tendo em conta toda estas dificuldades?
Não, "Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem."
F. Pessoa
rlp
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