O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 16, 2019

Do Sexo e da VIOLÊNCIA sobre as Mulheres...



O ESTADO É CUMPLICE 

"Sejamos honestos - em Portugal, o combate à violência doméstica é um falhanço. Esta evidência pode doer a muita gente que se perpetua à frente das respectivas instituições e políticas mas, de facto, os negros números deste crime estão aí para o demonstrar a todos capazes de uma pinga de lucidez e de humildade.
De resto, esta luta lembra a saga contra os incêndios- todos repetem o que é preciso fazer, a receita diz-se e rediz-se como uma ladainha ensimesmada e catatónica mas, ano após ano, mês após mês, semana após semana, a tragédia retumba: outra mulher assassinada. Já se sabe: a proteção legal das vítimas é fraquíssima, a punição dos criminosos é pálida e tímida, verificam-se falhas graves na aplicação da lei, na articulação institucional ou na decisão judicial,
são necessários mais meios e, definitivamente, prevenção, educação nas escolas, meios de comunicação social, empresas, centros de saúde, enfim, formação de todos os agentes envolvidos.
Pois, já se sabe. E que tal fazer, fazer definitivamente, de uma vez por todas? Esta violência contra as mulheres é uma epidemia grotesca num país europeu do século XXI. Já a impunidade dos agressores e o fracasso ou até mesmo a cumplicidade do Estado e da Sociedade são absolutamente repugnantes." - joana amaral dias

A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA É ENDÉMICA AO SISTEMA 

Por, RLP


Há uma violência doméstica, sabemos isso sobejamente...fala-se muito e não se diz nada. Apresentam-se estudos e mulheres de alto gabarito, mulheres que pertencem a uma elite e que  vão para a televisão dizer que sim mas também e o pior  é que se continua a mostrar e a escrever e a dizer as maiores barbaridades sobre as mulheres sem que ninguém faça caso...  Continua-se a criar e a contribuir para isso e de todos os modos, na empressa e nas próprias televisões dando imagens das mulheres de forma ultrajante e depois vem as tentativas de "solucionar" o problema...

Sim, matam-se e assassinam-se TODOS OS DIAS mulheres de todas as maneiras, em casa e na rua...SIM, todos os dias, vertiginosamente…e aumentam os casos para além do que são relatados e conhecidos em todo o mundo…
Mas Há ainda a violência física e verbal mais subtil nas mais diferentes situações da vida de uma mulher, todos sabemos que há.
Há contra a mulher uma espécie de perseguição e culto da violência de género baseada no sexo e é muito mais grave e persistente do que a que sofrem as minorias, quaisquer minorias ditas descriminadas, porque em muitos casos elas aparecem quase diluídas e disfarçadas pelas situações de hipocrisia vigente e pelos preconceitos das mulheres em denunciar maridos e patrões ou colegas, de assédio sexual e violência verbal…

SIM, ENTRE TODAS AS VARIANTES DE VIOLÊNCIA SOBRE A MULHER, HÁ MAIS UMA, A VIOLÊNCIA DO SEXO ESCRITO…

Sempre houve, todo o tipo de violência contra a mulher, mas há esta nova violência camuflada de “literatura” e romance…e escritores homens e mulheres inclusive que escrevem as maiores barbaridades CONTRA A MULHER e o mercado e o público e a lei não se dão conta…porque a palavra do “escritor/” passa pela ideia tabu de “liberdade…de expressão”…e tudo bem, e nisso gera-se a maior confusão…mas o que está em questão não é que se seja livre de escrever o que se quiser e dizer tudo o que se queira, mas NUNCA de forma agravada e violenta contra a mulher…ou em nome do “seu prazer” ou em nome neste caso…por definição de… “uma mulher com classe…”

“É pela forma como pratica sexo oral que uma mulher te merece ou não. Mas não porque o faz melhor ou pior – muito menos porque te dá mais ou menos prazer. É pela forma como pratica (como te pratica) sexo oral que uma mulher te merece ou não porque é nesses instantes que - se olhares para o que não se vê, se esqueceres a pele e a boca e os lábios e te concentrares nos olhos que olham e nos gestos que envolvem - uma mulher que te ama te mostra, em plenitude, que tem classe. E que, para ela, oferecer-te um fellatio é tão digno como oferecer-te um Rolex ou um perfume Chanel. Mais ainda: para a mulher com classe, oferecer-te um fellatio é oferecer-lhe um fellatio. Oferecer-se um fellatio. Porque, quando se ama, não existe dar e receber. Amar é uma dádiva dos dois lados de dar e receber. Não existe dar amor – como não existe dar um fellatio. O que se dá no amor é exactamente, sem tirar nem pôr, o que se recebe no amor. E isso sim é classe.” P.C.

Esta Violência da pornografia VERBAL, o abuso da expressão contraditória e incoerente que gera esta confusão de valores, é um ataque à sanidade da pessoa humana e de uma violência enorme à integridade e liberdade de “escolha” da mulher; ela é uma aviltação da mulher em forma de romance, na escrita deste “escritor” pop – que ensina a escrever – e que dezenas de mulheres cegas seguem fascinadas com a sua audácia, o seu vazio, a sua esterilidade, o seu ego, a sua obsessão fálica, a sua verborreia, a sua falta de ética e de estética, o seu absurdo, e sem a menor profundidade no que escreve e que ataca de forma desabrida, indecente, sim, digo INDECENTE, DESONROSA, PARA TODAS AS MULHERES, mães, filhas, irmãs e sobretudo as amantes…só é possível pela ignorância da própria mulher em se honrar, em se dignificar a si própria, em se dar valor, em se saber ao certo, em se realizar a partir de si …

Não se trata aqui de discutir que forma de sexo preferem as mulheres…mas de uma indução a uma prática como forma de “exaltação” da “dignidade e da classe”…de uma mulher perante o sexo…

A violência que nesta escrita é feita à mulher e que ela aceita passivamente, deve-se à sua falta de consciência do feminino profundo, deve-se ao enorme vazio da sua vida, à sua falta de valor como ser humano, à falta de sentido que não encontra em si como pessoa, e a não ser viver pelo homem, projectada no homem, projectada no filho e agora no sexo, no falo, ela acha que não vive…e que NÃO É PREENCHIDA e tudo isto porque a sua vida foi destituída de significado para além de servir o Homem; a mulher foi assim programada para obedecer e servir a deus, o pai, o marido e o filho e agora vê inverter-se a sua situação de mulher legítima e séria… ou.. prostituta, a ser “enaltecida” já não no altar, ou no bordel, mas exclusivamente na cama, na mulher-objecto, só sexo, uma mulher degradada pela sexualidade mais abjecta para servir ao seu “deus falo”, baseado na sua anulação e na mais vil submissão, na mais completa sujeição “ao prazer” anulando todo o seu ser na mera escravidão sexual aos padrões machistas e falocráticos que agora se destacam não só nos Mídea e Publicidade como é o tema preferencial destes escritores pop-pornográficos, cito o caso deste Pedro Chagas, realmente uma chaga literária…um verme literário e uma vergonha para quem tiver um mínimo de sentido do que é a literatura. Sim, digo vergonha…porque esta gentinha sem princípios sem educação nenhuma, sem integridade humana, sem qualquer noção do Ser em si, para além de uma mente perversa e insana, são o fruto de uma sociedade podre, alienada e de um Sistema – FALOCRÁTICO – que atingiu o seu auge de decadência e que é a pouca-vergonha de não se ter já qualquer noção do que é a verdadeira dignidade nem a classe de uma mulher ou de homem! Esta geração rasca, realmente rasca, pensa que ter vergonha na cara não é moderno nem comercial, e o que importa é Vender e comprar a todo o transe…e pensam que dizer todas estas barbaridades a qualquer preço e que dizem em nome da “mulher” do “amor” do “desejo” e até de “deus”…é o máximo…e é “arte”…ou literatura…de lixo!

Este é o maior LIXO tóxico ao cimo do Planeta, porque ele é mental e moral e quase toda esta geração proveniente do Sistema mercantil e económico é a expressão máxima dos dias em que vivemos…Prova-o a poluição verbal neste caso e a violência camuflada, o despotismo e a demência disfarçada de arte…

rlp

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