O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, fevereiro 21, 2019

Há mais vida para além do sexo!!!



A INFANTILIZAÇÃO DOS SERES E DO SEXO É UM PERIGO 


Tudo muito certo do ponto de vista de uma análise psicológica, bastante profundo e muito interessante o texto que se segue, mas falta A CONSCIÊNCIA de si - a consciência que o adulto - tem de ter a um outro nível que não é o mental e emocional, a consciência não ordinária, mas mais lata que corresponde à maturidade pressuposta do ADULTO quando este  faz esse caminho e só essa Consciência alterada que vai além dos 5 sentidos pode elevar o ser humano a uma ÉTICA interior de não fazer aos outros aquilo que nos fizeram a nós…
Sem essa consciência da Consciência temos o ciclo vicioso e permissivo das emoções primárias que é inconsciência e como agem-pensam as "crianças"...  Mas a vida não é só primária, instintiva  e sexual… há mais vida para além do sexo!!! Freud desatou um nó mas não saiu do complexo de Édipo… É certo que o homem nunca evolui muito para além da criança,  como disse  Jung…


Gostei muito deste pequeno excerto,  bem analisado do ponto de vista psicológico, mas deixa um rasto de permissividade encaixada na desculpa do trauma da criancinha, na infantilização dos seres e não a sua evolução. Não li o livro, mas este trecho ignora e omite que  o adulto tem  uma responsabilidade grave que é a nível espiritual (nem só de sexo vive o homem) elevar a sua Consciência do plano meramente físico-sexual-mental e superar traumas e complexos provenientes da encarnação. Sem essa consciência de facto tudo se mantem no signo da imaturidade e do primário instintivo…


SEGUE O TEXTO retirado pelo autor Luis Coelho 

Excerto do livro A Síntese (im)Perfeita

«Na relação com o "outro", encontramos nossos fantasmas, os progenitores que nos encorparam. Uma "relação" é sempre um "incesto", factível e "puro", como o que reside entre os espaços da "psique". O amor é tal-qualmente "auto-amor", ele existe para compensar a falta do "outro" em nós. O "eu" refastelado do "outro" abandona-se, já não requer amor. O "eu" prejudicado pela "culpa", repleto de "realidade", de "outros" ("outros-eu"), jaz violentado, violado, profanado. Até que cresça e se sacralize, o "eu" será sempre criança, persistindo em violência, do "outro" e da parte do "outro". Ora, o homem nunca é plenamente "ele mesmo", é sempre "criança" crescendo, daí serem todas as relações práticas pedófilas. Sempre fornicamos uma "criança", violamos um "infante", tenha ela quinze ou oitenta anos (se bem que, sendo essa criança parte de nós, é então vero que sempre nos fornicamos a nós mesmos - na pedofilia, a criança "violentada" é sempre reflexo do vitimizador, aquela "criança" é ele mesmo infantilizado, buscando sua dimensão prematura(mente) -, à parte de nós que já vem de um "outro" que é parte do "eu" - não havendo, assim, muitas vezes, violência no que outros poderiam considerar como tal, visto parte dela fazer parte do que somos -; de modo semelhável, quando fornicamos/"violamos" é sempre um "outro" que fornica/viola, e o "violado" é sempre inviolável). É certo que mor idade implica mais peças de gestão da "realidade", do "eu" nela e dela no "eu", mas quem pode decidir onde começa a "maturidade"?, há "crianças" de setenta e "adultos" de dez anos, e a maturidade (esta implicaria que fossemos completamente "nós mesmos", ou seja, um "outro" primário pronto a abandonar(-se a)o "outro" em nome de um "todo", que, não obstante, é a violação absoluta da "egocidade"), como defini-la ou a operacionalizar?, mais vale medir o "sofrimento", este aumenta quando o "eu" não se adapta ao "outro", quando as ferramentas não permitem gerir eficazmente o embate da realidade. (...)»

Luis Coelho


 A CONSCIÊNCIA ORDINÁRIA E CONHECIMENTO DE SI

"PARA A MAIOR PARTE DOS HOMENS (E MULHERES), aquilo que eles classificam de consciência é o registo de noções, de impressões e de convicções compostas pela reflexão cerebral e pela educação. Essas formações são tão fugitivas como o reflexo das nuvens num espelho. Elas não nos pertencem de si, porque podem ser modificadas pelas mais diversas influências. Nada, neste conjunto de ideias e conceitos, sobrevive à dissolução do ser físico, emocional e mental. É uma consciência que não se inscreve no nosso ser imortal.
Quantos homens e mulheres na Terra acordarão em si a Consciência real, aquela que os tornará "conscientes e responsáveis"? É portanto necessário, para falar "conscientemente", entendermo-nos quanto às palavras, depois considerar os meios de acordar essa consciência".
(...)
In L' OUVERTURE DU CHEMIN  ISH SCWALLER DE LUBCZ



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