O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, abril 04, 2019

"A palavra "luta"




A LINGUAGEM



"A palavra "luta" está sempre em nossas vidas. A luta pela sobrevivência, a luta contra o cancro, ser um guerreiro, enfrentar, dar a cara, pegar o touro pelos chifres, batalhar, lutar pelo que se quer, perseguir os desejos, ir à caça...
É verdade que a vida é muitas vezes dura. E que recebemos ataques. E que temos que ter força para aguentar ou para sobreviver, sobreviver literalmente.
Não devemos dissociar-nos da nossa dor, mas que tal se as metáforas da nossa linguagem nos colocassem menos tensos? Talvez fossemos menos rígidos, construiríamos menos couraças? Quem sabe... poderíamos dizer: dá ânimo ao teu impulso vital, dá carinho a teu sistema imunológico, cuida das tuas necessidades e desejos, respeita os teus direitos e não os escondas... Talvez assim a cultura e as suas linguagens não fomentassem atitudes tão defensivas e proporcionariam mais a ligação social e a empatia compassiva."



Ana Cortiñas Payeras

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