O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 14, 2019

O DIABO



O MAIOR PRECONCEITO ANTIFEMININO
DE NOSSA CIVILIZAÇÃO...


"...Personificações do diabo na prédica cristã, as bruxas absorveram a herança das sibilas,magas e sacerdotisas, as quais consumaram seu mais alto êxito na cultura druídica ao lado de fadas que ideavam as cidades anglo-saxônicas. Acentuaram-lhes a fealdade ao relacioná-las ao pecado; reduziram -nas à ponte emblemática entre o visível e o tenebroso, habitantes de um mundo intangível ou irreal, e a mera travessura da criação entre o humano e o sobrenatural, até diminuírem-nas à caricatura humanoide de Lúcifer. Ao tipificar a perversidade na mulher madura, que traz às costas a experiência e, seguramente, muitas tristezas não resolvidas, os moralistas impingiram à elas O MAIOR PRECONCEITO ANTIFEMININO DE NOSSA CIVILIZAÇÃO.

Mesmo em nossos dias, com idéias próprias e juízos críticos, AS MULHERES QUE DESAFIAM O DIFERENTE OU O PROSCRITO AINDA SÃO QUALIFICADAS DE BRUXAS, especialmente quando manifestam condutas contrárias ao preestabelecido, embora se tente camuflar este termo com o de "velhas terríveis", aplicado aquelas inconformistas que provocam medo por causa de seus atrevimentos ofensivos às pessoas de "boa consciência".


In: "MULHERES, MITOS E DEUSAS, feminino através dos tempos", Martha Robles, ed. Aleph

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