O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, janeiro 09, 2020

A QUE FALTA À MULHER MODERNA?


ALÉM DA FALTA DE CONSCIÊNCIA DO SEU SER ENQUANTO MULHER - BASEADA NA SUA DIVISÃO SECULAR EM DUAS MULHERES - HÁ UMA FALTA DE CONHECIMENTO BÁSICO DA SUA NATUREZA INTRINSECA E DA PSIQUE FEMININA.



Já não falo das mulheres executivas e intelectuais, feministas ou marxistas cuja aculturação é enorme, dado que pensam e sentem dentro de uma cultura estritamente racional masculina, onde se afirmam desenvolvendo o hemisfério direito, razão e logica, mas falarei antes das mulheres que há umas décadas começaram a busca de uma verdadeira identidade no seio de certos movimentos do sagrado feminino, para destacar aspectos que a grande maioria das mulheres desse dito "feminino sagrado" - ao "iniciar-se" mulheres sem nenhuma preparação e conhecimento psiquico de si mesmas. Essas mulheres não tem por vezes qualquer noção de si porque estão longe de ter a consciência da sua essência feminina e repetem por isso na sua vida os mesmos padrões masculinos do patriarcado, seja no que se refere ao conceito de mulher em si - e os vários estereótipos - seja ao conceito do amor, ao qual se submetem,  assim como no seu papel na sociedade. Isso faz com que um movimento nascente e pagão de despertar de uma verdadeira consciências de mulheres livres e pagãs, ligada à Deusa e a Terra, se tenha vindo a tornar muito recentemente num palco de banalidades e numa miscelânea de crendices que por sua vez são um atentado a inteligência e à Psique da Mulher Moderna que se busca e quer encontrar para lá da sua formatação social e para lá das religiões patriarcais...

A falta de consciência de si das mulheres em geral e de uma integridade do seu ser enquanto mulheres, faz destas personagens mistificadas de deusas e que andam para ai a pregar em nome da Deusa e do feminino, com Budas e Cristo e Rumi, Osho ou Gandhi à mistura, ...acaba por destruir a grande possibilidade da mulher comum se abrir ao sagrado e resgatar uma memória ancestral, parte essencial da sua história e da sua identidade, muito dela relacionada com a civilização céltica e de origem pagã, e que o cristianismo não só deturpou como aviltou essa memória e continua a querer catequizar a mulher a todo o custo, aproveitando-se dessas mulheres camaleónicas e aculturadas para dentro desses movimentos boicotarem os mesmos!.

A mulher "pagã", a mulher celta, é a mulher que está na origem da nossa estrutura psíquica...a mulher cristã é outro modelo que para nós hoje já não serve nem nunca serviu; ela veio do Oriente e não corresponde de todo à nossa memória ancestral...seja ela Eva, seja ela a Virgem santa...ou até a Maria Madalena, "a pecadora" não são as nossas memórias de mulheres cujo papel e história foi invertido para tirar o poder a Mulher amante e sacerdotisa dos tempos antigos.

Misturar todas essas "culturas" e credos não me parece ser muito salutar para a mulher ocidental...para a mulher que surge neste século em busca de si mesma independente e que se quer autónoma.

O que acontece e é preciso estar muito atenta é que esta Matriz de Controlo cristóide que dentro do Sistema patriarcal age na base dessa ignorância das mulheres e na sua anulação impede e afecta profundamente um desenvolvimento psicológico natural (o lado esquerdo do cérebro, o feminino, intuição e emoção) e uma tomada de consciência da Mulher Integral nos nossos dias. rlp


Elas não pensam por si mas pelos homens e esquecem que “A inferioridade das mulheres não é um fato natural, é uma invenção dos homens, uma ficção social.” (Maria Deraisme, 1828 – 1894)

"O fato é que os homens necessitam das mulheres mais do que as mulheres necessitam dos homens; e então, ciente deste fato, o homem tem procurado manter a mulher dependente dele economicamente como o único método disponível para ele fazer-se necessário para ela. Como no início a mulher não se tornaria sua escrava voluntária, ele tem feito ao longo dos séculos uma sociedade na qual a mulher deve servi-lo para sobreviver."  - Elisabeth Gould Davis

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