O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, janeiro 21, 2020

LILITH - Pintura de John Collier - sec. XVIII



O LANÇAMENTO DO LIVRO, LILITH A MULHER PROMORDIAL - 
Sábado, dia 25 de Janeiro, às 18h,  no Estoril, Hotel Vila Galé


Estamos em contagem decrescente já para o lançamento do meu livro.. tenho vivido alguns momentos intensos e contraditórios no que refere já a algumas das reacções mais surpreendentes ao livro e à capa e ele ainda nem saiu mas acho isso é muito natural...

Tenho visto como o facto de o livro ganhar forma se torna num CORPO vivo e aqui é mesmo um corpo vivo de Mulher e bem simbolizado. Só grandes poetas e pintores podem ter uma visão tão sublime de Lilith, mas não espero que o comum dos homens e mulheres sintam assim… Há uma memória colectiva, ligada a ideia da mulher como pecadora, que reage e acaba sempre por denigrir qualquer  imagem da mulher, por mais sublime que esta seja.

Sabendo isso eu não fiquei totalmente a vontade, como já referi, com o nu da capa da mulher a ilustrar o meu livro porque sou relutante à exposição do seu corpo em si mesmo sagrado ao olhar profano do homem, que a adultera e associa a uma sexualidade baixos instintos e cujo nu tem sido tão explorado e abusado pelos homens na arte, na publicidade, no cinema  e na pornografia! 
Sei como esse olhar é carregado de preconceitos e medo e culpa e como pode aviltar a mulher, o que tem acontecido em milénios de história judaica ou cristã...

A Biblia é uma fonte de agressões e de estigmas feitos a mulher… Esta luta antiga começou com Lilith...facto que a Biblia nem menciona. Mas a Biblia é um livro de horrores e violências em que a mulher é maltratada, escravizada e violada em nome de deus e em nome de deus deve submeter-se e anular-se diante do homem, como sua serva…

Muitas mulheres ainda hoje a temem e ao seu deus que as condenou ao pecado e ao maior sofrimento … cada dia mais vemos como o atraso dos povos e o retrocesso cultural leva as multidões ignorantes e fanáticas a associarem-se a ela da forma mais primitiva...

É preciso pois muita coragem para varrer esse medo da nossa psique e enfrentá-lo - e eu enfrento-o também - para acabar com este ANÁTEMA que caiu sobre as mulheres há muitos séculos. Este é o tempo de nos libertarmos e deixarmos de ter medo de dizer a nossa verdade e sermos quem somos. Penso que este livro lança uma pedra basilar sobre a nova construção da Mulher integral, lucida e dona da sua vontade. Uma nova compreensão sobre a origem do estigma e da divisão da mulher.

Como digo na contracapa: À mulher que assim o permitir, este livro poderá acender o fogo de Lilith e a consciência da Mulher Primordial, Aquela que pode verdadeiramente transformar o mundo!

Esta é a minha esperança!

rlp

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