“ ...ela explicou que as mulheres, mais do que os homens, são os verdadeiros sustentáculos da ordem social, e que, para cumprir este papel, elas foram educadas, uniformemente em todo o mundo, para estarem a serviço do homem.
- Não faz diferença se elas são criadas como escravas ou se são mimadas e amadas—observou ela.—A finalidade e o destino fundamental das mulheres continuam sendo os mesmos: nutrir, proteger e servir os homens." - taicha abelar
A CONFUSÃO DOS SEXOS...
Voltando à Profundidade da Mulher..,
Sem a Mulher das profundidades não pode haver compreensão do verdadeiro feminino, nem da essência, logo do papel da Anima, …e mais uma vez, não só nas velhas religiões como na psicanálise moderna, os homens do “conhecimento racional” inverteram o sentido das essências masculino e feminino atribuindo o animus à mulher e à anima ao homem…
A NATUREZA DESCONHECIDA DA ANIMA É A NATUREZA OCULTA DA MULHER, é a sua natureza escondida e negada nos séculos de religião e cultura que desnaturou a mulher em prol ds ideias religiosas ou ideias masculinas, e mais tarde de filosofias e da arte apolíneas, que provocaram um branqueamento da mulher original, da mulher ctónica; séculos de desmembramento e desfragmentação do ser mulher em si, da mulher inteira - a partir do momento em que a mulher foi desvinculada da sua maternidade visceral e mais tarde dividida em duas pela Igreja com a mulher a do lar e a da rua, e se tornou uma função mais do que um ser individual, esse apagamento e essa aculturação causaram uma ausência total do sentido do que é ser mulher como ente, projectando uma metade mulher, “ideal”, “moral” religiosa, artística, romântica, a mulher fragmentada que sobrou das muitas divisões seculares entre Eva, cada vez mais asséptica e vazia de entranhas …e Lilith, completamente esquecida e relegada para os infernos, pelo único deus reinante dos patriarcas, suprimidas todas as deusas, assim como o poder vivificante e destruidor das forças ctónicas a elas associadas.
É dessa mulher anima varrida do consciente humano, soterrada nas memórias mais arcaicas que os homens da psicanálise e da psicologia das profundidades buscaram sem compreender que a mulher que eles conheciam era uma pálida imagem dessa mulher anterior ao paleolítico, da Mulher original , da deusas do neolitico abundantes em formas e evocativas da Mulher mãe da Origem…
Assim, os melhores autores, e os mais conceituados, abordaram o tema da Anima como o feminino do homem e o Animus como o masculino da mulher sem perceber que a verdadeira Anima, o seu feminino profundo, estava completamente desligado da mulher dos nossos dias…e que tanto homens como mulheres não poderiam sequer equacionar a questão do feminino/masculino sem que a mulher resgatasse o seu eu profundo das profundezas do seu ser, do mais abissal da sua memória…e esse é um trabalho da Mulher e não do homem! Penso que por isso mesmo estamos completamente e culturalmente confusos/as com a identidade do ser humano e a função de cada um dos sexos.
Os escritores e ainda mais grave os homens da psicologia e da psicanálise tentaram resolver o seu problema do feminino em si sem nunca entender a própria mulher, porque a mulher foi destituida das suas forças originais e vitais, secundarizada e por fim dividida e fragmentada pelos imensos estereótipos que lhes eram atribuídos pela cultura secular, ou por persistirem em ver apenas a mulher que a sua cultura e a “ciência” em que foram beber o seu conhecimento, lhes permitia ver; não entenderiam nunca que sem essa percepção da divisão interna e secular da mulher em dois estereótipos fundamentais, os homens não entenderiam nunca uma METADE DA HUMANIDADE, relegada para um plano funcional e como instrumento, dado que a mulher assim abordada não é senão uma metade de uma metade…e por isso incompreensível a nível da psique e do intelecto.
Por outro lado, a mulher cindida não pode compreender a sua própria natureza a verdadeira dimensão do seu ser, sem se fundir à sua natureza instintiva e inicial, associada as deusas primordiais, a grande Deusa e as sacerdotisas de outrora. Ela não pode ser inteira sem se unir à "outra" mulher...que é ela mesma!
Esse desconhecimento da Mulher de si mesma e da sua essência, e do seu passado, levava o homem e o psicólogo a encontrar um vazio na mulher (dividida) chamando-o de Animus não realizado, (a sua própria experiência de vazio de anima) quando afinal o que sucede nas nossas sociedades foi ter-se "fabricado" uma mulher gravemente "animus" pelas ideias dos homens, as mulheres por si idealizadas, as puras e as perversas as fatais e as inocentes etc., as duas mulheres que conviviam nas suas sociedades, uma esposa e outra a prostituta basicamente, ou a concubina, com um animus que hoje é ainda mais mais acentuado e um yang elevadíssimo. O que nos falta de facto é a mulher Anima, a mulher essência, uma mulher inteira que inclusive possa reflectir ao homem a sua própria Anima e então sim poder ela realizar o seu animus de forma equilibrada e vice-versa.
SÃO ESSES DOIS LADOS DA MULHER DIVIDIDA EM SI QUE OS HOMENS NÃO CONSEGUIRAM PERCEBER AS RAZÕES....
Assim, os melhores autores, e os mais conceituados, abordaram o tema da Anima como o feminino do homem e o Animus como o masculino da mulher sem perceber que a verdadeira Anima, o seu feminino profundo, estava completamente desligado da mulher dos nossos dias…e que tanto homens como mulheres não poderiam sequer equacionar a questão do feminino/masculino sem que a mulher resgatasse o seu eu profundo das profundezas do seu ser, do mais abissal da sua memória…e esse é um trabalho da Mulher e não do homem! Penso que por isso mesmo estamos completamente e culturalmente confusos/as com a identidade do ser humano e a função de cada um dos sexos.
Os escritores e ainda mais grave os homens da psicologia e da psicanálise tentaram resolver o seu problema do feminino em si sem nunca entender a própria mulher, porque a mulher foi destituida das suas forças originais e vitais, secundarizada e por fim dividida e fragmentada pelos imensos estereótipos que lhes eram atribuídos pela cultura secular, ou por persistirem em ver apenas a mulher que a sua cultura e a “ciência” em que foram beber o seu conhecimento, lhes permitia ver; não entenderiam nunca que sem essa percepção da divisão interna e secular da mulher em dois estereótipos fundamentais, os homens não entenderiam nunca uma METADE DA HUMANIDADE, relegada para um plano funcional e como instrumento, dado que a mulher assim abordada não é senão uma metade de uma metade…e por isso incompreensível a nível da psique e do intelecto.
Por outro lado, a mulher cindida não pode compreender a sua própria natureza a verdadeira dimensão do seu ser, sem se fundir à sua natureza instintiva e inicial, associada as deusas primordiais, a grande Deusa e as sacerdotisas de outrora. Ela não pode ser inteira sem se unir à "outra" mulher...que é ela mesma!
Esse desconhecimento da Mulher de si mesma e da sua essência, e do seu passado, levava o homem e o psicólogo a encontrar um vazio na mulher (dividida) chamando-o de Animus não realizado, (a sua própria experiência de vazio de anima) quando afinal o que sucede nas nossas sociedades foi ter-se "fabricado" uma mulher gravemente "animus" pelas ideias dos homens, as mulheres por si idealizadas, as puras e as perversas as fatais e as inocentes etc., as duas mulheres que conviviam nas suas sociedades, uma esposa e outra a prostituta basicamente, ou a concubina, com um animus que hoje é ainda mais mais acentuado e um yang elevadíssimo. O que nos falta de facto é a mulher Anima, a mulher essência, uma mulher inteira que inclusive possa reflectir ao homem a sua própria Anima e então sim poder ela realizar o seu animus de forma equilibrada e vice-versa.
SÃO ESSES DOIS LADOS DA MULHER DIVIDIDA EM SI QUE OS HOMENS NÃO CONSEGUIRAM PERCEBER AS RAZÕES....
E eu pergunto-me como é que ainda há homens, escritores, esotéricos ou místicos, que tem o desplante de querer definir a mulher, escrever sobre a MULHER - eu tinha vergonha na cara e ainda tenho mais vergonha das mulheres que vão atrás dessa conversa hermética e idealizante dos estereótipos românticos que delas eles inventam porque são incapazes de pensar por si e terem discernimento próprio e de serem realmente mulheres conscientes!
Não há homem algum, por mais ilustre e culto ou iluminado que seja que possa dizer a uma Mulher quem ela é de verdade ou para a poder definir, quando muito idealizá-la como sempre fizeram os poetas...os padres misóginos e os pedófilos...
Teria de dizer para essas mulheres imbecilizadas e infantilizadas por séculos de mentiras e odio da Mãe, as enjeitadas, e que tanto precisam do papá que aceite a menina e lhes dê umas palmadas no rabinho e ...diria como Natália Correia:
Não, “Não és uma verdadeira mulher. Se o fosses saberias que és mais velha do que o homem.” Saberias que nenhum homem jamais te poderá definir sem te conspurcar na essência e na grandeza do ser Mulher; não precisarias que te dissessem quem és na verdade, é só porque não sabes o que é a mulher que aceitas esse suborno, essa mistificação, essa amputação do teu ser e veres-te retalhada pelo seu falo literário...
rlp
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