O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, novembro 20, 2018

"Onde estão hoje as cabeças superiores?



"Onde estão hoje as cabeças superiores? Se é que existem, ninguém lhes dá ouvidos. Predomina, ao invés, uma fúria assassina generalizada, a fatalidade de um destino universal ineludível, contra o qual o indivíduo não mais é capaz de defender-se. E, não obstante, este fenômeno coletivo também se encontra em cada indivíduo, pois é de indivíduos que se compõe a nação. Por isso, cada um precisa descobrir os meios e modos de enfrentar o mal. De acordo com nossa atitude racionalista, pensamos poder resolver as coisas através de organizações internacionais, de leis e outras “boas intenções” semelhantes.

[..] Existem teólogos e humanistas bem intencionados que querem quebrar o princípio do poder – mas isso nos outros. Precisamos quebrar esse princípio primeiro em nós mesmos. Só então seremos fidedignos. Temos que ouvir a voz da natureza que nos fala do fundo do inconsciente. Então cada um estará tão preocupado consigo mesmo que desistirá de querer organizar o mundo."

Civilização em transição - Carl Gustav Jung


"É um fato curioso constatar a freqüência com que todos, até os menos aptos, acham que sabem tudo sobre psicologia, como se a psique fosse um domínio acessível ao conhecimento geral. No entanto, todo verdadeiro conhecedor da alma humana concordará comigo, se eu disser que ela pertence às regiões mais obscuras e misteriosas da nossa experiência. Nunca se sabe o bastante neste domínio. Na minha atividade prática, não passa um só dia sem que eu me defronte com algo de novo e inesperado. É verdade que as minhas experiências não fazem parte das banalidades da vida cotidiana, mas elas estão ao alcance de todos os psicoterapeutas que se ocupam deste campo particular. Acho pois impertinente a acusação que me fazem no tocante ao caráter desconhecido das experiências por mim comunicadas. Não me sinto responsável pela insuficiência dos leigos em matéria de psicologia."


Psicologia e Alquimia - Carl Gustav Jung

2 comentários:

Grimmwotan disse...

Gostaria de compartilhar aqui este link, acerca de um trabalho que aborda de forma única, uma das mais importantes partes da tradição nórdica, ou seja, a relação das Fylgjur, entidades femininas que se erguem do Poço do Destino, com a humanidade:
...
https://www.academia.edu/37816001/Fylgjur.pdf

rosaleonor disse...

Obrigada pelo seu comentário e partilha!