APETECE-ME O MAR...
A IMPOTÊNCIA DO POETA...
"Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade vasta aos grandes espaços da matéria viva.
Mas recolho-me e abrando. "Sou do tamanho do que vejo!" e a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer."
LIVRO DO DESASSOSSEGO
PORTUGAL NAS BRUMAS DE SI PRÓPRIO...
"Não sei que diga. Pertenço à raça dos navegadores e dos creadores de impérios. A falar como sou, não serei entendido, porque não tenho portuguezes que me escutem. Não falamos, eu e os meus compatriotas, uma linguagem comum. Calo. Falar seria não me compreenderem. Prefiro a incompreensão pelo silêncio."
Tanta grandeza em si mesma é morta!
Tanta nobreza inútil de ânsia e dor!
Nem se ergue a mão para a fechada porta,
Nem o submisso olhar para o amor!
Fernando Pessoa
"L' INITIATION EST UNE NAISSANCE SACRÉE DESTINÉE À PLACER L' ÂME DANS LA DIVINITÉ"
MANUAL DE ASCENÇÃO
O grande mito do amor consiste em que estás convencido de que podes amar alguém, alguma coisa, ou pelo menos, a ti mesmo.
Ninguém pode amar outro; tu não podes amar-te a ti mesmo, nem amar outras pessoas!
Sabes porquê? - Porque o amor não é um «fazer» mas um «permitir ser»!
A energia a partir da qual o Universo está construído possui, em si mesma, uma qualidade: um deleite de ser. Trata-se da aceitação do direito de todas as coisas serem o que são, da alegria da expressão de todas as coisas, à medida que desfrutam do seu direito de ser.
Todos os seres provêm da Fonte e, por isso, têm o direito divino de expressar a sua divindade, tal como todos os seres têm o direito de desfrutar das expressões dos demais. Assim é porque, na verdade, todos são um só... ainda que engenhosamente disfarçados para darem a sensação de estarem separados. Aceita-res esta satisfação de te exprimires, assim como o deleite de ver os outros a fazerem o mesmo, é uma experiência maravilhosa, e que constitui aquilo a que eu chamo «amor».
No entanto, não se pode «fazer» satisfação ou deleite; só se pode permitir que assim seja e deixar que isso inunde o ser completamente, como qualquer outra emoção. E, de facto, esta emoção não está condicionada por aquilo que o outro ser possa fazer; baseia-se em conhecer e experimentar a divindade que há nele.
SERAPHYS
A VOZ DO SILÊNCIO
"SE queres colher a suave paz e descanço, discípulo, semeia as sementes do mérito nos campos das colheitas futuras. Aceita as dores de nascença.
Afasta-te da luz do sol para a sombra, para dares mais espaço aos outros. As lágrimas que regam o solo árido da dor e da tristeza fazem nascer as flores e os frutos da retribuição cármica. Da fornalha da vida humana e do seu fumo denso, saltam chamas aladas, chamas purificadas, que, erguendo-se alto, sob o olhar cármico, tecem por fim o tecido glorioso das vestes do Caminho." (...)
HELENA BLAVATSKY -- TRADUÇÃO E NOTAS DE fERNANDO pESSOA
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