ANANKE
Sou uma religiosa sem igreja, Uma reclusa sem convento, amante de uma deusa sem altar. Vivo na pele o tormento de uma humanidade que ainda não é. Vivo no mundo sem nele já acreditar. Sou sacerdotisa de um templo destruido à procura de um novo amor e uma nova fé. Olho num único sentido, íntimo, profundo, no centro de mim mesma e espero a luz...
A luz de um outro mundo e a única esperança. Com ele há de vir a nova criança e a deusa em que ainda descansa e as duas serão um só. Numa epifania de cores e harmonia, ele virá, sem armas nem ódios, o novo Milénio.
in "Antes do verbo era o Útero"
R.L.P.
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