O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, junho 02, 2004

“O FEMININO DO SER
Para acabar de vez com a costela de Adão”


“A palavra hebraica Zakor, “macho”, é também o verbo “recordar-se”; assim, é fundamentalmente macho aquele ou aquela que se recorda desse “outro lado” dele, dito “fêmea”, Naqob. O que significa "furo" ou o verbo “furar”, e não é estranho à ideia de “nomear”, porque no fundo desse furo fêmea está o Nome, germe de EU SOU, fundador do ser.”

“A mulher realmente mulher, iniciada nos mistérios do amor e da maternidade, nos da sua “carne” seja qual for o grau do Eros verdadeiro onde eles são vividos, engendra em si mesma os espaços alados do Espírito Santo! Pelo seu hemisfério direito aberto na aurora da sua vida, ela não parece perder totalmente o contacto; mantém-se tão sensível ao outro lado das coisas, tão rebelde ao seu encerramento nas prisões do racional, tão prostrada quando se sente amarrada pelas algemas da lei! Quando a masculinização das escolas a não deformou...Mas a verdade é que ela hoje está tão deformada!

A carruagem da masculinização, que trouxe a mesma braçada o racionalismo religioso e o positivismo científico, provocou a dessacralização da sexualidade e a redução do Eros ao mero festim corporal - se é que ainda é festim! Confusão, perda total de referências, anarquia...”
(...)
A confusão que hoje reina comprova a actualização desta narrativa...(...) Com efeito, reina tanto maior confusão quanto uma clivagem se cava no coração da humanidade...”

A espiritualidade hoje renascente

“O amor-sexualidade e o amor-espiritualidade são a emergência de uma mesma seiva da árvore humana, a dois níveis diferentes mas indissociáveis: o Eros.”


Annike de Souzenelle
(Excertos do Livro)

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