O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 09, 2004

Plenilúnios

de Ayla Cândido

Em sonhos eu me vejo despertar
Em volta em brumas suspirando
Uma saudade sem tamanho
De um amor distante que findou

Nos lençóis desenhos de saudades
Uma dor guardada a sete chaves
Uma aflição na alma a reclamar
Da tua presença neste plenilúnio

A lua minguando com este amor
Celebrando a morte de uma paixão
Para assim nascer em outros sonhos
Um novo amor a crescer no coração

Vejo no céu tua face escura e nova
Emergindo dos mundos intocados
Com a sabedoria de quem tudo viu
De quem estava aqui desde o princípio.

Um crescente no céu agora se forma
É o prenúncio de um novo amor
É o ciclo da vida-morte
Morte e vida deste amor.

É a donzela inocente da fábula
Que viu nas águas escuras do caldeirão
O teu rosto no reflexo que a lua trouxe
De tantas vidas ou dessa outrora?

Olho o céu consultando as estrelas
Perscrutando o agonizar desse amor
Ë a tua face Mãe,cheia e nutridora
Que me diz baixinho o teu segredo

Tudo é vida-morte e vida
E no teu útero eu dormi de novo.

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