TODA A ALEGRIA QUE EXISTE NESTE MUNDO,
VEM DO NOSSO DESEJO DE QUE OS OUTROS SEJAM FELIZES.
TODO O SOFRIMENTO QUE EXISTE NESTE MUNDO,
VEM DO MEU DESEJO DE SER FELIZ
Shantideva
A NOSSA TRAIÇÃO AO VERDADEIRO "EU"
«A origem da nossa agressividade e destrutividade encontra-se na cultura, e não no indivíduo. Tudo o que promove a fragmentação da personalidade e bloqueia o acesso ao interior contribui para a criação e o incremento dos nossos impulsos destrutivos. Os verdadeiros enfermos não são os doentes mentais que a sociedade evita por se encontrarem em tratamento psiquiátrico. São aqueles que nos querem impingir uma humanidade reduzida. Os doentes, sem o saberem, mostram-nos como regressar a nós próprios. Os outros impedem-nos com as suas construções teóricas pseudo-lógicas e pseudo-desresponabilizantes.» (p. 63)
«Muito nas nossas vidas está profundamente errado. O homem luta por um Eu que não é Eu. É apenas uma forma que se baseia em abstracções que não beneficiam a vida mas apenas o seu encobrimento. Mulheres que são elas próprias, isto é, que estão ligadas às suas forças vitais autênticas, nunca estão a favor da guerra. Os homens que se encontram nas mesmas condições são, também, contrários à guerra. Mas, frequentemente, aqueles que contrariam a ideologia do poder são perseguidos. A sua existência ameaça a existência da mentira. Isto sempre foi assim.» (p. 110)
«O antídoto ao mal, no entanto, não é a consciência. Sentimentos de culpa, muitas vezes eles próprios envolvidos nas distorções do desenvolvimento, apenas renovam as condições para uma profunda destrutividade. Só podemos alcançar uma mudança real se aprendermos a liar com o medo que está na origem da nossa incansável procura de uma segurança ilusória. Só sujeitando-nos ao processo doloroso que é tomarmos consciência dos nossos medos é que seremos capazes de abrir os nossos corações e aumentar a nossa sensibilidade para os nossos semelhantes.» (p. 153)
in "a Traição do Eu" - Arno Gruen
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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