“O termo escolhido pelos modernos tradutores, é aplicado à hierodulae, ou “mulher sagrada” do tempo da Deusa, que desempenhava um papel importante no dia a dia do mundo clássico.
As sacerdotisas de Deusa e os seus importantes encontros iam até ao periodo Neolítico (7000-3.500ª.C.), tempos em que Deus era honrado e amado no feminino em todas as regiões conhecidas hoje como a Europa e o Médio Oriente.
No mundo antigo, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da deusa do amor, e as sacerdotisas que oficiavam nos templos da deusa do amor do Médio Oriente eram consideradas sagradas pelos cidadãos dos impérios grego e romano. Conhecidas como “mulheres consagradas”, eram tidas em grande estima como invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da Deusa. Em alguns períodos da História Judaica, até faziam parte da adoração ritual no Templo de Jerusalém, se bem que alguns dos profetas de Javé deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de “Ashera”.”
In Maria Madalena e o Santo Graal
De MARGARET STARBIRD (Quetzal)
O termo de “prostituta sagrada”, como lemos acima, é impróprio para evocar um culto que era sagrado e ainda sem a conetação pecaminosa que a Igreja Patriarcal deu à mulher livre, aquela que não se submetia aos seus dogmas e leis e por isso não corresponde à realidade da época. Antes do cristianismo no Culto da Deusa Mãe, a sexualidade da mulher era sagrada e a liberdade do seu corpo igualmente enaltecida pelo amor divino, como forma de dádiva e iniciação amorosa do homem. O homem sem o seu feminino, e sem o amor da mulher é só uma metade...a "divindade" é a realização do Ser na união dos dois polos complementares, feminino e masculino integrados.
Cada Ser Humano tem em si duas almas, a alma do corpo e a alma do espírito, uma feminina e uma masculina e desse casamento alquímico, interior, nasce o ser total, o ser consciente de Si mesmo e da sua dimensão sagrada. Para isso o homem e a mulher têm de se rever um no outro como espelhos dos seus contrários e não a mulher submetida ao homem como "escrava do seu senhor", nem o homem como dono do mundo violentando a Natureza Mãe como o faz à mulher.
Se o homem amasse e respeitasse a mulher em si mesmo, respeitaria a Terra e a Natureza e seria incapaz de destruir animais e outros seres humanos...Se o homem amasse a mulher e soubesse que o feminino é parte integrante do seu ser, não ousaria violar a mulher nem destruir o Terra Mãe...Se o homem reconhecesse e respeitasse a Mãe-Deusa-Mulher como fonte do seu ser, aquela que lhe dá a vida e o alimenta, respeitar-se-ia a si mesmo e não ousaria levantar a "Espada" e matar o próximo...
Não deitaria fogo à sua terra nem pegaria em armas...
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