O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, agosto 16, 2006


“O termo escolhido pelos modernos tradutores, é aplicado à hierodulae, ou “mulher sagrada” do tempo da Deusa, que desempenhava um papel importante no dia a dia do mundo clássico.

As sacerdotisas de Deusa e os seus importantes encontros iam até ao periodo Neolítico (7000-3.500ª.C.), tempos em que Deus era honrado e amado no feminino em todas as regiões conhecidas hoje como a Europa e o Médio Oriente.


No mundo antigo, a sexualidade era considerada sagrada, uma dádiva especial da deusa do amor, e as sacerdotisas que oficiavam nos templos da deusa do amor do Médio Oriente eram consideradas sagradas pelos cidadãos dos impérios grego e romano. Conhecidas como “mulheres consagradas”, eram tidas em grande estima como invocadoras do amor, do êxtase e da fertilidade da Deusa. Em alguns períodos da História Judaica, até faziam parte da adoração ritual no Templo de Jerusalém, se bem que alguns dos profetas de Javé deplorassem a influência da Grande Deusa, localmente chamada de “Ashera”.”

In Maria Madalena e o Santo Graal
De MARGARET STARBIRD (Quetzal)



O termo de “prostituta sagrada”, como lemos acima, é impróprio para evocar um culto que era sagrado e ainda sem a conetação pecaminosa que a Igreja Patriarcal deu à mulher livre, aquela que não se submetia aos seus dogmas e leis e por isso não corresponde à realidade da época. Antes do cristianismo no Culto da Deusa Mãe, a sexualidade da mulher era sagrada e a liberdade do seu corpo igualmente enaltecida pelo amor divino, como forma de dádiva e iniciação amorosa do homem. O homem sem o seu feminino, e sem o amor da mulher é só uma metade...a "divindade" é a realização do Ser na união dos dois polos complementares, feminino e masculino integrados.

Cada Ser Humano tem em si duas almas, a alma do corpo e a alma do espírito, uma feminina e uma masculina e desse casamento alquímico, interior, nasce o ser total, o ser consciente de Si mesmo e da sua dimensão sagrada. Para isso o homem e a mulher têm de se rever um no outro como espelhos dos seus contrários e não a mulher submetida ao homem como "escrava do seu senhor", nem o homem como dono do mundo violentando a Natureza Mãe como o faz à mulher.

Se o homem amasse e respeitasse a mulher em si mesmo, respeitaria a Terra e a Natureza e seria incapaz de destruir animais e outros seres humanos...Se o homem amasse a mulher e soubesse que o feminino é parte integrante do seu ser, não ousaria violar a mulher nem destruir o Terra Mãe...Se o homem reconhecesse e respeitasse a Mãe-Deusa-Mulher como fonte do seu ser, aquela que lhe dá a vida e o alimenta, respeitar-se-ia a si mesmo e não ousaria levantar a "Espada" e matar o próximo...

Não deitaria fogo à sua terra nem pegaria em armas...

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