O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, agosto 25, 2007

fragmentos de poesias

Minha mão viveu mil vidas

para uma noite encontrá-la

e noutra noite perdê-la.

Caminhei tantos caminhos,

tanto tempo e não sabia

como era fácil a morte

pela seta do silêncio

no sangue de uma alegria.

cecilia meireles

As tuas mãos terminam em segredo.
Os teus olhos são negros e macios
Cristo na cruz os teus seios esguios
E o teu perfil princesas no degredo…

f. pessoa


Todas as noites o sono nos atira da beira de um cais

e ficamos repousando no fundo do mar.

O mar onde tudo recomeça…

Onde tudo se refaz…

Até que, um dia, nós criaremos asas.
E andaremos no ar como se anda em terra.

Mário Quintana

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