Enredei-me por florestas,
entre cânticos e musgos.
DEUSA dos olhos volúveis
pousada na mão das ondas:
em teu colo de penumbras,
abri meus olhos atónitos.
pousada na mão das ondas:
em teu colo de penumbras,
abri meus olhos atónitos.
Surgi do meio dos túmulos,
para aprender o meu nome.
para aprender o meu nome.
Mamei teus peitos de pedra
constelados de prenúncios.
constelados de prenúncios.
(...)
cecília meireles
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Ontem andei pela Serra de Sintra, deambulando, sem tempo, abraçando as árvores centenárias de múltiplos braços, guardiãs da Grande Mãe. Debaixo da sua sombra carinhosa, deitei-me nas pedras milenares sobre o musgo ainda verde e macio...E senti nos dedos a seiva dessas árvores cujos segredos correm nas nossas veias, e como elas são amantes próximas e nos falam da mesma essência.
As árvores são fiéis a Gaia...que nós mulheres traimos perdendo as nossas raízes e os nossos dons.
Dei pelas lágrimas correrem sobre a minha face e chorei de saudade de um tempo que eu me lembro, respirávamos em uníssono...chorei por mim e pelas irmãs que se perdem no caminho e em vez de viver o seu mistério profundo no seio da Terra Mãe, vivem na superficialidade deste mundo em agonia...em busca de um poder mundano...
Neste ritual sagrado só os carros e os homens e os seus ruídos destoavam de tanta paz e serenidade, mas apesar disso o ar era rarefeito e puro, limpando as artérias do medo e a cólera urbana, secando as minhas lágrimas de pena de não poder viver sempre assim em sintonia com a natureza.
4 comentários:
Minha amiga, senti uma imensa saudade do lugar que você descreve. Eu estive lá e se me perguntam o q de mais belo vi em Portugal, seguramente do pouco q pude conhecer foi a Serra de Sintra, a beleza da natureza pacífica e exposta de braços aberto como se nos dissesse: Vem, eu te aconchego apesar de me traíres! Aqui tb tenho lugares parecidos q vou pra sentir essa paz harmônica, porque só nesse fabuloso abraço com a mãe natureza podemos sentir a paz verdadeira. Que vc esteja sempre bem! É o q desejo de coração. PAZ!
"a minha vida tal como a vivi, muitas vezes pareceu-me uma história sem principio nem fim.Tinha a sensação de ser um fragmento histórico,um excerto para o qual faltava o texto antecedente e subsquente.
Fácilmente imaginava que poderia ter vivido em séculos anteriores e aí encontrara perguntas a que ainda não estava pronto para responder; que eu tinha que renascer porque não tinha cumprido a tarefa de que havia sido incumbido"
Jung
Viva (o saber) da Rosa!
Estive fora de Lisboa, mas já voltei e direitinha às Mulheres&Deusas e aqui vai o meu:presente!
:) Abraço Eterno como a Mãe.
E o almocinho na Espiral?Não esqueceu, não?
Cristina:
Bem que eu me perguntava o que era feito de si...
Muito oportuna a citação de Yung, fez-me todo o sentido. Tanto que vou publicá-la...
Não esqueci o almocinho só que lhe queria propor oportunamente outro lugar...a meio caminho. Raramente vou para esses sítios...mas falaremos até lá.
Um abraço
rosa leonor
Obrigada Paula1 Sei que o Brasil é pródigo em sítios maravilhosos, claro. Pena sé eu não o conhecer, enquanto você já esteve em Sintra...que é uma espécie de Jóia da Coroa, O Monte da Lua, seu verdadeiro nome cheio de magia e sortilégios, não estivesse a Deusa por detrás do seu mistério!
Um abraço minha amiga e mantenha-se firme na sua busca...
Rosa leonor
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