O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, dezembro 08, 2008

AS DUAS SERPENTES


"Da boca do corpo sai a filha que simultaneamente devora os seios da mãe.
As duas serpentes que se entredevoraram, são as míticas serpentes que criaram o mundo. Este foi o primeiro incesto"


in "A Morte da Mãe" de Isabel Barreno

ALQUIMIA

Desejo-me a mim mesma
no corpo etério de uma mulher sublime,
como preciso do ar que respiro.

Desejo ver-me e sentir-me inteira
no meu corpo completo
como se reinventasse outro ser...

E como se os meus sentidos fossem mágicos
desdobrar-me...
e do ar, do éter ou do prana, pela força do meu anseio
aparecesse um novo ser que me amasse até à consumação.

Queria que por magia,
eu própria me transformasse em substância etéria
e libertasse a minha alma da escravidão
desde corpo denso de pele e desejo...

Queria ser águia e vencer o dragão
*
in mulher incesto- sonata e prelúdio
rlp