A OUTRA MULHER QUE NÃO FOMOS...
Lilith
é a parte íntima de nós...porventura a mais íntima, e precisamente por isso nada
tem a ver por vezes com a nossa vida exterior, ou a nossa vida em família, a
que cumprimos no nosso papel de mães e esposas ou avós...e rara é a mulher que
pode dar-se ao luxo de a poder expressar entre "os seus"...porque ela
é e foi sempre a parte proibida e recalcada da mulher...
Raramente a mulher pode dizer o que sente e como sente...isso fica por conta das depressões e das angústias e por isso recorre tantas vezes à capa da doença...para exprimir o seu desgosto ou tristeza, a sua raiva da vida e empolar o sofrimento que só de si já era bastante. Isso ao ponto de a dor e a frustração nela se transformar mesmo em doença sinal do seu desespero e falhanço como mulher que se sentia no seu âmago...Assim, não só legitima a suas queixas como pode ter até a atenção que nunca teve...
Raramente a mulher pode dizer o que sente e como sente...isso fica por conta das depressões e das angústias e por isso recorre tantas vezes à capa da doença...para exprimir o seu desgosto ou tristeza, a sua raiva da vida e empolar o sofrimento que só de si já era bastante. Isso ao ponto de a dor e a frustração nela se transformar mesmo em doença sinal do seu desespero e falhanço como mulher que se sentia no seu âmago...Assim, não só legitima a suas queixas como pode ter até a atenção que nunca teve...
A MULHER QUE NÃO FOMOS E PODIAMOS TER SIDO
ESTÁ NA ORIGEM DE TODOS OS NOSSOS MALES...
Isto pode parecer cruel...e acusatório, mas não é...pois
é através da consciência das causas do mal estar endémico da mulher e das suas
ditas manias e esquisitices, as famosas “coisas de mulheres” que sempre nos
apontaram como marcas de uma debilidade qualquer…que nós podemos perceber o que
está em causa nas nossas vidas e foi o drama das nossas avós e mães tias e até irmãs…para
começar, esse recalcamento da verdadeira natureza da Mulher condicionando-a
assim a ser mãe apenas ou esposa dedicada e anulada para os seus sentimentos emoções
e desejos, foi uma educação de milénios…e que ainda sofremos dela…mesmo que
julguemos que não.
No fundo oculto das nossas dores e são tantas e têm tantos
nomes – depressão, histeria, esquizofrenia, mialgias, bipolaridade, cansaço, sindromas
vários e inexplicáveis…- está a a nossa divisão intrínseca de mulheres
fragmentadas, básicamente em duas espécies viradas umas contra as outra… a esposa legítima
a do contrato e a outra a amante a puta de epíteto…excomungada acusada afinal
porque representa o oposto da sua frigidez de dona de casa…E mesmo que agora as
donas de casa virem prostitutas assim como as prostitutas virem donas de casa
ou doutoras…só mudam os utensílios e o sado masoquismo…Daí o sucesso estrondoso
(não, não é cordel, é de bordel) do livro pornográfico ou pseudo erótico da "escritora de bordel" E.L.
James (“De um dia para o outro, As Cinquenta Sombras de Grey tornou-se sensação
entre o círculo das mães jovens e atraentes e chegou ao top dos bestsellers do
New York Times. Este romance erótico pôs as gravatas cinzentas no primeiro
lugar da lista de compras de muitas esposas, na esperança de que os respectivos
maridos viessem a imitar a personalidade obsessiva, imperiosa e intimidante de
Grey, com muitas a admitirem que o livro lhes despertou um desejo intenso por
sexo com os companheiros.”)
Ah!
Acreditem-me: o ódio ancestral das mulheres umas contras as outras está bem
vivo…ele é patente nuns casos disfarçado noutros desencadeado na injúria e no ódio
visceral a mulher que exprime a sua sombra e é o prazer e a liberdade de ser…
Não
se atrevam a dizer-me ou a murmurar que não é assim…porque é mesmo assim…que se
passa e ao vivo dentro desta espiritualidade “nova era” e dentro das casas de artistas e
intelectuais média - classe…
rosaleonorpedro
1 comentário:
Sim, a animosidade entre as mulheres é o que mais me entristece.
E assim vai se tornando um círculo vicioso, pois nos tornando "inimigas" completamos a manipulação sutil.
A mulher completa é uma ameaça e assim somos vistas.
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