"Na Idade Média as mulheres assavam pães e faziam docinhos dos seios de Ágata. Por proteção. Por honra aos peitos. Eram mulheres de peito. Mulheres peitadas, peitáveis. Talvez delas tenha vindo a palavra "respeito"... Márcia Frazão
HONRAR OS NOSSOS SEIOS..
CARTA A UMA AMIGA...
Eu sei e compreendo, sim, compreendo muito bem as reacções contra esta minha posição, e já até escrevi por aí que eu não ponho de parte a possibilidade de isso me acontecer a mim...
Portanto não se trata de estar a ver de fora ou ser "insensível" aos males dos outros...Tenho noção de que isso me pode perfeitamente acontecer a mim, tal como tenho de que nada está garantido nesta vida.
Mas creio, e por isso te escrevo, que no caso das mulheres esta incidência macabra de cancros no peito e no útero e nos ovários tem a ver com o que se faz às mulheres há séculos...tem a ver com essa repressão do seu ser e a "envidea" (desejo/inveja) dos seus seios e do útero, o medo do seu sexo...Tem a ver com a maneira com a sociedade as condena tacitamente e como esse peso monstro do pecado paira sobre os órgãos da mulher...e não consigo deixar de pensar que é isso a origem dos cancros e de muitas outras doenças das mulheres...
Que outra causa faria com que as essas doenças fossem 80 por cento de foro feminino...e como somos manipuladas moralmente em todas as situações da vida sem podermos exercer o nosso "pleno juízo", sempre desacreditadas sem nunca sermos senhoras de ter discernimento, viver sem culpa e sem inferioridade, sem essa maldita sujeição que faz das mulheres "bodes expiatórios" e vítimas preferenciais de criminosos e tarados...dos publicitários, dos cineastas, dos estilistas...sem qualquer respeito pelo seu corpo tal como os médicos...
Não é ver superficialmente nem fazer nenhum julgamento da mulher que está sujeita a esta Máfia toda...mas fazer o uso do meu PLENO JUIZO!
E saber com a mulher é manipulada sempre pelo medo de julgar por si própria por se sentir culpada como mulher por tudo e por nada! A mulher...ser mulher é não poder ver objectivamente as coisas por estar dominada pelo medo e pela sentimentalidade/culpada sempre...
Deixamos de ver e pensar que morte e a doença sempre são uma iminência...porque não aceitamos a ideia da morte? Porque achamos que há anos de vida certos e que a morte é coisa sempre adiada...
Eu não acho que a medicina preventiva seja uma grande coisa, pois a vida a qualquer preço...sem amor nem respeito...isto é muito difícil eu sei de perceber, respeito por si, pelos seus seios pelo seu corpo quando todos nos julgam...
O que eu sei é que eu nunca faria quimio terapia - e até os médicos sabem que isso pouco ou nada adianta e não é isso que cura ou salva ninguém que sobrevive a ela, mas outras implicações de foro anímico e espiritual que vieram salvaguardar o ser na sua aprendizagem...a quimio é uma tortura ao ser e ao corpo...como a operação é uma tortura sem anestesia...e nós acreditamos cegamente nessa ciência e nos médicos...porque temos medo da morte e não redimensionamos a nossa existência de facto pelo renascimento e a reencarnação na vida...é tudo teoria...acreditamos nas cosias mas não as sentimos...
rlp
2 comentários:
O oposto da morte é o nascimento, a vida é eterna.
Também acho que a origem das doenças são mais profundas.
Linda carta.
Rosa, desculpe, mas eu penso que por mais que imaginemos nunca sabemos realmente o que faríamos estando em determinada situação. Não pretendo dizer que não acredito nas suas palavras, apenas que me reservo.
Eu sei que não me submeteria a fertiizações in vitro para ter filhos, porque passei esse teste. Não quis fazer e não fiz, disposta a tudo. E, inexplicavelmente, o meu corpo nesse momento de aceitação total surprendeu-me. E aos médicos. Não uma, mas duas vezes.
A respeito do cancro eu não posso dizer o mesmo, embora saiba que a quimio não cura. Não consigo imaginar, mas como lhe disse antes, sendo mãe, sinto uma âncora que me prende à vida, e talvez isso me dê disposição de tentar tudo.
Relativamente à razão das doenças, eu acredito que seja psicológica, sim. Agora, que seja devido à dominação, falta de respeito, etc, não sei, talvez... começo agora a reflectir sobre o assunto.
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