O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, setembro 29, 2015

COMO TUDO FOI ESQUECIDO


IMAGEM DE DEMÉTER E PERSÉFONE - DECAPITADAS...

“Nós temos estado tempo demais sem aquelas mulheres antigas, sábias, honestas, poderosas – tempo demais sem as imagens de sua beleza, poder e força. Dê-lhes as boas vindas. Não importa se você conhece ou não alguma delas agora, lembre-se de que elas estão no interior de cada uma de nós.” - Christiane Northrup


"Praticamente a única história de mãe e filha, que foi transmitida na cultura ocidental é o mito de Deméter e Perséfone, que foi a base dos ritos religiosos celebrados apenas por mulheres, a Tesmofória, e mais tarde formou a base dos mistérios de Elêusis, que eram abertos a todas as pessoas que falavam grego. Nesta história, a filha, Perséfone, é raptada e levada para longe da mãe, Deméter, pelo Deus do submundo. Recusando-se a aceitar este estado de coisas, Deméter enfurece-se e não permite a fertilidade da terra até a filha lhe ser devolvida.
O que é importante para as mulheres nesta história é que uma mãe luta pela filha e pela sua relação com ela, o que é completamente diferente da relação da mãe com a filha no patriarcado. A "pré-disposição" criada pela história de Deméter e Perséfone é a da celebração do vínculo mãe-filha, e a "motivação" vai no sentido de mães e filhas afirmarem a herança passada de mãe para a filha, rejeitando o padrão patriarcal, onde a primeira lealdade primárias da mãe e da filha deve ser para com o homem.28
 

O símbolo da Deusa tem muito a oferecer às mulheres que lutam para se livrar das "poderosas, invasivas, e duradouras “pré-disposições” e “motivações" que vão no sentido da desvalorização do poder feminino, da desconfiança em relação à mulher, da difamação do seu corpo, bem como da negação dos vínculos e da herança que passa de umas para as outras, tudo isso engendrado pela religião patriarcal. Como as mulheres se esforçam por criar uma nova cultura em que o seu poder, corpo, vontade e vínculos são honrados e celebrados, é natural que a Deusa ressurja agora como símbolo da beleza recém-descoberta, da força e do poder das mulheres."

Excerto do texto" Porque que é que As Mulheres precisam da Deusa" de Carol P. Christ
 (traduzido por luiza frazão)

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