O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, setembro 14, 2015

O OLHAR DO HOMEM

JÁ TEMOS "FEMEN" EM PORTUGAL...?

COMO EU LAMENTO QUE UMA MULHER VÁLIDA E INTELIGENTE SE EXPONHA AO CIRCO MEDIÁTICO...

Sim, a mim choca-me esta jovem mulher expor-se assim ao ridículo e ao circo mediático por uma causa política, e se calhar só porque  sou mais velha vejo assim; sou de outro tempo e talvez tivesse alguma expectativa sobre a sua pessoa, mas  valer-se do corpo e dizer que o "corpo é politico" ou dizer que defende com o corpo a gravidez como outras defendem o abordo...para mim é grave (nos dois casos) embora o corpo seja da mulher é um facto, mas aqui nem consciência política mostra ter. E menos ainda psicológica, porque ignora os efeitos do inconsciente colectivo e da sombra -  a psicologia da superfície não aborda a profundeza do ser -  e ignorou a  forma  ofensiva como seria tratada a partir desta ousada e inútil exposição.
Eu não acuso nem julgo a mulher que se expõe assim, mas não posso deixar de pensar e analisar os factos e as palavras da deputada; claro que analiso da minha perspectiva mas vejo o preço que esta mulher vai pagar...sim,  "quando a mente não tem juízo e o corpo é que paga"...como cantava o "poeta" da canção Variações...
Não, não vejo coragem nisto, mas sim a falta de consciência do corpo da mulher como sagrado e intimo  e como o expõe ao ridículo e aos predadores de serviço - no olhar do homem o  corpo da mulher é sempre profanado e visto como pornografia ...- e isso ela não  quis ver  nem como se expõe à delicia dos inimigos que cairão sobre ela...- aí sim vai precisar de muita coragem... 
Mas penso que mesmo a nível psicológico é grave para ela, digo como psicóloga...ao dizer que o corpo-social (possuído) da mulher é politico - alguma vez o corpo do homem (dominante) é politico ? - ela estava querer dizer que o corpo do escravo é a arma?...mas o do senhor...o dono não.? De facto o homem não precisa de se afirmar pelo corpo -  ele é senhor dele logo à partida, não o da mulher que é do pai e depois do marido, ou ainda do Estado. Sim, ela afirma o corpo como seu...mas dentro do Sistema essa é a Utopia...porque ela ignora o OLHAR DO HOMEM ...

Fiquei DEVERAS perplexa como tantas mulheres que julgava mais conscientes de si ficaram fascinadas com a sua ousadia...e como a defenderam...e como a elogiam pelo acto...
Certo, devo ser que estou velha...fora de moda... e retrógrada...?

Talvez por isso, por não andar embalada já nas modas,  vejo  como são tantas as leituras nas entrelinhas da manipulação patriarcal e da ignorância da mulher moderna!
Não vejo em primeiro lugar  que isto traga alguma coisa de benéfica seja para  quem for...e se ela julga que sim...ela mesmo verá o preço que esta valentia lhe vai custar a longo prazo - sim, ela disse que ia lutar pela sua liberdade até ao fim da vida...e sem duvida que lutará...e aprenderá também a lição que tiver de aprender. Talvez a filha que vai nascer lhe ensine daqui a 20 anos o que é a verdadeira liberdade da mulher - a de dentro, a do coração e da alma e do espírito e não somente a do corpo...

Só me resta acrescentar, para acabar de vez com o assunto, que a minha visão dos factos não passa pelo julgamento da MULHER em si; o que digo e tenho dito não se trata de estar a julgar a mulher nem a pessoa da J.A.D. senão não estava aqui a fazer nada...
Estou simplesmente APONTAR O QUE ME PARECE INCONGRUENTE EM TUDO ISTO para a própria mulher, e que acho triste...também estou no meu direito!
Porque são  muitas as nuances que nos fazem iludir e iludir as mulheres mais jovens. E esta atitude dela é bem o exemplo. Iludir as mulheres de que a liberdade está no corpo...e que mostrando ou expondo o corpo da mulher, ela  é livre. Mas pior do que isso é usar a gravidez...

Isso não promove a DIGNIDADE DA MULHER nem da Mãe ou da criança por nascer e tudo isto porque ela não TEM CONSCIÊNCIA alguma da sua integridade como Mulher-Mulher, nem da sua ESSÊNCIA FEMININA - pois só o a vida material, o pensamento cartesiano e  o materialismo dialético e os cinco sentidos contam para si. Para mim é só isso que é lamentável, mas de facto não se podia esperar mais de uma mulher racional e marxista, que nem se apercebe que só dá força ao Sistema que a condena e onde luta e se expõe para nada!
A verdadeira liberdade da mulher está na Consciência que ela tem de si mesma enquanto mulher ontológica e não como mulher política. Mas isto está fora de assunto para estas mentes brilhantes que dão a cara e o corpo ao manifesto no Sistema que as aprisiona e onde nunca serão livres...

rlp

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