O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, setembro 01, 2015

O MITO DO PRINCIPE



E A FALTA DE IDENTIDADE DA MULHER...

O  "poema" que lerão a seguir retrata a luta interna da mulher face ao Homem – pai-deus-amante-príncipe-encantado - que ela busca como espelho de si própria, ignorando-se totalmente na sua essência e ao seu potencial como Mulher INTEIRA; ela luta dentro de si como numa batalha para se sentir com sentido, mas está perdida dela mesma, sem saber quem é.
É a mulher dividida e criança - sem Mãe - que se esconde nos jogos das suas máscaras e que tenta atrair o homem e o pai a quem quer agradar e confessa os seus jogos e a sua superficialidade, revelando assim o seu vazio e a dor de se ver sem sentido numa tentativa vã em buscar o amor? E fá-lo sem se conhecer, sem se questionar sobre si mesma mas sim em função de uma relação em que se projecta toda nesse "outro" (o amor de um homem)  que lhe dará sentido e a "completará" para viver ou ser...sem nunca chegar a ser ela mesma!
E, como quase todas as mulheres crianças, só se reflectindo no homem como num deus ou rei a quem pede que a oiça e veja a sua criança ela se "encontra" …sem saber que o que ela busca  é essa mulher ardente que esconde em si própria …e que é ela mesma inteira!

RLP

 ...
"Então eu continuo a viver os meus jogos,
meus jogos de fingimento,
com a fachada de segurança por fora
e sendo uma criança tremendo por dentro. ...
Com um desfile de máscaras,
todas vazias,
minha vida se tornou um campo de batalha.
Eu converso com você
uma conversa infantil e superficial.
Digo a você tudo o que não tem a menor importância
e calo o que arde dentro de mim.
Por isso,
não se deixe enganar por mim.
Mas por favor,
escute e tente ouvir
o que eu não estou dizendo
e que eu gostaria de dizer.
Eu não gosto de me esconder,
Honestamente... eu não gosto.
Eu tão pouco gosto de jogos tolos
e superficiais que faço..."

Crystal Patrizia Esparso

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