O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, março 17, 2016

" Chloe gostava de Olivia ... '






"Então eu posso dizer-lhe que as palavras que li foram estas - . . .

" Chloe gostava de Olivia ... '

Não comece a corar. Admitamos, na privacidade de nossa própria sociedade, que essas coisas às vezes acontecem . Às vezes, as mulheres gostam de mulheres.

Virginia Woolf,

In : Um Teto Todo Seu, 1929


O Ser Humano está para além de "ser" Homo ou Hetero...


“O andrógino existe, e está presente em cada um de nós. Mas como podemos descrevê-lo? É como se as moléculas do nosso ser dançassem juntas sem se tocar. Para alguns, isso pode parecer uma ideia nova; para outros, é tão antiga quanto a dança mística do Homem-Mulher-Deus, Chiva, que actua no meio do círculo ígneo como o Destruidor daquilo que envelheceu e já foi preservado por tempo demais, rumo ao caos primordial do qual brotará sempre algo novo da sua criação.
Alguém poderia perguntar: e como nos tornamos andróginos? A resposta é que nós não nos tornamos andróginos; nós já somos andróginos. Basta sermos nós mesmos. Não é necessário aprender como. Isso pode parecer a coisa mais fácil do mundo mas, para uma sociedade que se tornou perita em manipular, forçar e condicionar a psique a adaptar-se a um mundo que aparentemente exige essa adaptação, talvez haja muito a desaprender no processo “.

(...) June Singer


E porque já somos todos andróginos à partida...

Na minha visão portanto a "homossexualidade" não é senão o anunciar dessa androginia interior em cada um dos seres, definidos à partida morfologicamente como homem e mulher, mas ambos com os seus polos opostos completares anima-animus (yin yang) em interecção dentro de si; enquanto eles se digladiam na luta de contrários, processo inicialmente inconsciente, até a adolescência, o individuo pode manifestar à partida essa dualidade (feminino-masculino) apenas no âmbito sexual e psíquico de forma compulsiva às vezes ou então de forma algo narcísica envolver a atracção por um individuo do mesmo sexo sem compreender essa sua alternância a um nível superior, diria transcendente, o que implica já uma maturidade do ser (em busca de si) e uma consciência de si próprio mais recuada e não a mera percepção mental ou conceptual, a visão "intelectual" e "científica" dos 5 sentidos tão  redutora que é comum à cultura e conhecimento  de superfície.
A homossexualidade, variante do conflito dos sexos, definição de um aspecto fragmentário do ser, é um falso problema, nesta perspectiva cosmológica e universal, vendo o Ser Humano na sua totalidade integrada: corpo-alma e espírito - e não nas suas partes constituintes, em separado, ou funções biológicas e orgânicas - pois não faz mais do que acentuar esta dicotomia do ser, invertendo os princípios sem resolver a questão essencial dos dois lados em cada um de nós (macho-fêmea em si foi o Ser Humano criado). Assim a resposta humana à questão sexual é a androginia psíquica e estrutural dos seres ao nível ontológico e não ao nível morfológico e psicológico... O amor entre os seres humanos não é meramente sexualidade, mas energia quântica que eleva a consciência muito para além do prazer e da procriação. O Amor Humano pode ser iluminação e acesso a outra dimensão, quando vivido e não intelectualizado.

O Ser Humano é chamado neste milénio a viver como um todo indivisível e não como um fragmento de um outro imaginado, não importa que “sexo” represente...

Quando a Mulher for encarada como uma totalidade - não mais dividida em duas - o Homem também A reconhecerá dentro e a sexualidade em si deixará de ser apanágio de uma cultura decadente e promiscua que reinou no obscurantismo e na confusão do “pecado” durante séculos, para se afirmar depois em meio século, numa degeneração e libertinagem que nada tem a ver com a sacralidade do mesmo. Sexo é iniciação ao Amor, não prática desregrada e deslocada do sentido da alma e do coração. Não se ensina a sexualidade às crianças, mas respeita-se a Mulher e a Mãe. Depois a Natureza do Amor encarrega-se do resto. Para isso a sociedade tem de ser equilibrada e harmoniosa o que só se consegue quando Homem e Mulher coabitarem em paz. Para isso tem que abrir-se ao Amor universal cuja Sede se encontra no centro do seu coração. Ouvir o coração é o que nos resta.

A NATUREZA REAL DO SER HUMANO AINDA ESTÁ POR SE EXPANDIR NA SUA TOTALIDADE, daí todos os equívocos e tabus reinantes na sociedade ainda!


Rosa Leonor Pedro






1 comentário:

Vânia disse...

uma Mulher q ama outra Mulher é do mais puro e natural q existe. recordei por momentos um dialogo com uma amiga espiritualmente muito evoluída q me dizia q aceitava a homossexualidade mas não a compreendia... expontaneamente lhe perguntei como aceitas à partida algo q não compreendes? ... o importante em tudo isto são os afectos é na maneira como tratamos a outra... nada tem a ver com o q trazemos no meio das pernas... eu pessoalmente acredito q uma Mulher é "algo" de único raro e muitíssimo especial. paixões amores relações com outras Mulheres sp foi do mais gratificante ternurento e carinhoso q me aconteceu na vida. sim tb aprecio aprecio homens, já fui casada com um e la pq se portou mal comigo tb não me são indiferentes... mas eu não quero mesmo partilhar as experiencias com eles... elas sim fazem sentido. são completas. muitas coisas não preciso dizer lhes, são meigas. não tenho vergonha alguma ou problema algum em dizer tudo isto aqui publicamente. não é vergonha amar, não é vergonha tratar bem outra Mulher, não é crime... passei quase uma vida a esconder me de q? d quem? pra q? pra agradar a família, para ter um grupo de amigos, para ser aceite na minha profissão q me exigia ser uma pessoa normal... no final das contas, eu até sou uma miúda muito saudável... és tao linda Rosa, a abertura de mente, alias de coraçao q tu tens não é raro, é única. boa noite.