O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 28, 2016

A CONFUSÃO DOS GÉNEROS...



E EU PERGUNTO QUAIS GÉNEROS?


Neste OBVIO  colapso cultural e social a nível mundial, há muita confusão em torno de quem pertence a qual categoria sexual e a uma definição conceptual...primária.


(...)

“Na realidade actual, diante da desintegração dos antigos costumes, inúmeras pessoas se encontram num estado menos de fusão do que de confusão. Com o colapso dos modelos sexuais tradicionais, as pessoas ficaram livres para experiências; diversas vezes, porém, acabam se vendo em grandes dificuldades e buscam ajuda para sair do emaranhado labirinto do sexo e da alma. Muitas das que pretendem estar confortavelmente instaladas nos papéis heterossexuais convencionais, na realidade não estão. Há muita confusão em torno de quem pertence a qual categoria sexual.
Uma das questões mais cruciais que qualquer nova teoria da sexualidade deve enfrentar são os rótulos geralmente aplicados à sexualidade – a heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade – e o significado relativo destes termos.
Apresento isso como uma única questão; e não como três questões distintas, porque na minha prática analítica é assim que ela, via de regra, aparece ainda que embrenhada em complicações. A maioria das pessoas está convencida de que “pertence” a uma destas três categorias, de que são de natureza hetero homo ou bissexual, e de que têm de aceitar o que são. Ou caso não consigam se aceitar como membros de uma categoria fixa, atribuem-se a tarefa de se modificarem para que possam se enquadrar numa delas.”*
(...)

A LUTA DOS PRINCÍPIOS:
FEMININO E MASCULINO E A SUA INTEGRAÇÃO...


A luta de princípios que o ser humano reflecte na luta dos sexos é o próprio princípio da manifestação da matéria. O principio feminino e o principio masculino, yang e yin, sol e lua. Dai que toda a manifestação seja sexualizada: luta de opostos ou contrários, atracção e repulsão...e de que nós ainda somos escravos. Se equacionarmos isto com alguma simplicidade e naturalidade os problemas inerentes aos sexos e as suas variantes deixarão de Ter uma carga tão dramática ou pejorativa, deixarão de ser cavalos de batalha ou estandartes de guerra, porque o que está em questão é sempre o ser humano e a sua totalidade e não a sua divisão. O problema do Amor não está no sexo nem em saber qual é o sexo dos anjos...reside isso sim na integridade do indivíduo no caminho da “individuação”. As ambivalências e ambiguidades sexuais, as preferências de cada pessoa, seja qual for o sexo ou género de cada um, é secundário... porque só inteiro o ser se pode equacionar e saber quem é ou do que gosta e de quem gosta um ser humano que se rejeita a si próprio ou desconhece a sua verdadeira identidade? Digo que antes de amarmos quem quer que seja temos de nos amar a nós mesmos . Tudo se processa ao nível das essências e não das aparências. Falo como é óbvio do nosso ser inteiro e não da personalidade ou da máscara que usamos. O único imperativo do novo século é sem sombra de dúvida nem “pecado” uma questão de tomada de Consciência do que é indubitavelmente um Ser Humano! Não há solução de problemas sem primeiro passar por esta questão vital ou essencial, que é o ser humano em si como SER HUMANO.



Rosa Leonor Pedro
(Excerto de um artigo publicado na E.D.)

*in “ANDROGINIA – RUMO A UMA NOVA TEORIA DA SEXUALIDADE” *
de June Singer (Cultrix)

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