O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, março 27, 2016

NINGUÉM SABE QUE ALMA TEM



COGITANDO...

Estava a pensar como é difícil lidar com tantas formas de sentir e pensar...e as diferenças, quer de carácter, idade ou cultura e como as relações humanas são complexas e implicam tanto cuidado na abordagem dessas diferenças, quando com elas somos confrontadas...
Pessoalmente nem sempre consigo ser correcta...ou distanciar-me de uma reacção instintiva que aparece quase sempre como defesa do que eu penso ser a verdade...e que gera o ataque de uma diferente opinião. Levamos anos a aprender a respeitar essas diferenças, a recuar e a observar e a aceitar o/a outro/a na sua visão das coisas, independentemente da nossa ...e raramente conseguimos ser imparciais na nossa análise a não ser quando já percebemos - o que acontece muito tarde na vida - que o essencial de tudo o que vivemos e sentimos nada tem a ver com ideias nem opiniões nossas ou de terceiros (sejam eles filósofos teólogos ou psiquiatras etc) e que a vida é aquilo que cada ser vive e sente e não a afirmação da verdade e da justiça como padrões que correspondem apenas a conceitos e ideias temporais feitas a partir de filosofias e religiões e dogmas, e saber que raramente tudo isso nada tem a ver com a experiência de vida de cada ser...
Desrespeitamos a experiência vivida pelo ser humano para dar lugar ao conhecimento fictício que tomamos por garantido e certo...por isso anulamos os velhos e as mulheres na sua experiência de vida autêntica e seguimos Mestres e "avatares"...
Isto parece que invalida a necessidade de saber e conhecer as leis do mundo e do universo, da ciência e da história, ou as leis diria da vida em si e do ser humano per se - mas do ser humano realmente quem é que sabe as leis da sua natureza interna que não são só cérebro e vísceras, esqueleto e órgãos, mas coração com emoções e sentimentos, sonhos e alma que não se pensa?
Quem sabe quem é quem?
Quem sabe ao certo quem é?
O famoso EU SOU...ou QUEM SOU EU?
De onde vim e o que estou cá a fazer?
Sim, quem sabe ao certo responder a tantas destas questões - "Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo" de Platão...
Quem sou eu mesma? Sim, onde está o EU, mim, o "eu sou", o Eu dito superior...sem ser apenas este eu que nasce e morre?

Se ninguém sabe que alma tem...

Não, "Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem." - F. Pessoa

rosa leonor pedro

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