O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 07, 2016

O QUE É SER FEMINISTA?

ACTUALIZANDO...
TEXTO PUBLICADO EM 2013


 
“O feminismo é um filosofia universal que considera a existência de uma opressão específica a todas as mulheres. Essa opressão se manifesta tanto no nível das estruturas como das superestruturas (ideologia, cultura e política). Assume formas diversas conforme as classes e camadas sociais, nos diferentes grupos étnicos e culturas.
Em seu significado mais amplo, o feminismo é um movimento político. Questiona as relações de poder, a opressão e a exploração de grupos de pessoas sobre as outras. Contrapõe-se radicalmente ao poder patriarcal. Propõe uma transformação social, econômica, política e ideológica da sociedade."
 


Texto de Maria Amélia de Almeida Telles (1):

O que é ser feminista?

"Muitas pessoas, ainda que saibam de cor a pauta feminista ou tenham uma ideia de qual seja, sentem insegurança em se assumirem como tal. Seja por motivos internos, por medo de rótulos sociais ou ainda por não se sentirem representadas. A estas pessoas, acho interessante compartilhar um pensamento da grande intelectual Heleieth Saffioti (2):

“Na verdade, eu sempre relutei em me dizer feminista no Brasil. No passado, este termo tinha uma carga ideológica muito grande e ainda apresenta uma carga razoável. Eu gosto de dizer: eu sou feminista mas meu feminismo é este (…) porque eu tenho muito medo que tomem o meu feminismo através dessa adulteração que se fez do termo que interessa muito a ditadura, de se entender que esta é uma luta das mulheres contra os homens, e eu não quero de maneira alguma ser interpretada desta forma. Tenho muito respeito pelos homens. Acho que eles também são vítimas dessa sociedade, embora nós sejamos mais vítimas do que eles.”

"Não há uma definição do que necessariamente é ser feminista. Muitas pessoas são, mas não se assumem. Muitas pessoas assumem, mas não são. O importante, na prática, é saber o que o Feminismo como um todo busca e, perceber que no fundo é o que você também deseja. Afinal, não acho que ninguém goste de viver uma sociedade que oprime e mata as mulheres.
Por isso que sempre me pergunto: quem, no fundo, tem medo do Feminismo?"

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SEM UMA NOVA CONSCIÊNCIA DE SER MULHER EM SI
- não há luta POSSIVEL contra o Sistema nem ninguém que nos valha...

Não é que seja feminista na acepção geral do termo, mas concordo com muitas partes do texto, e dos argumentos, mas o que eu não creio é que dentro deste Sistema - feito e construído na base da diferença entre homem e mulher, assente na supremacia sobre a mulher e na dominação de metade da humanidade sobre outra metade, algum dia mude...ou aceite a mulher livre sem que se mude primeiro o próprio Sistema...e isso os homens nunca o farão nem as mulheres prisioneiras dele - queiram ou não queiram as mulheres  que vivem dentro dele e o defendem, estão contra elas próprias e são as primeiras a defender o Homem e a atacar as mulheres...sim, juízas, ministras e deputadas, medicas e advogadas, formadas na suas universidades e fiéis à Voz do Dono.


É preciso sair  do Sistema, sim! Mas como?
 

Através de uma nova consciência do Ser Mulher em si...
 

E assim o que eu defendo, A FEMINITUDE, digamos, como um renascer da mulher a partir de uma essência feminina, da qual ela foi alienada  pela história religião e cultura patrista ao logo dos séculos, que negou a natureza ctónica e telúrica da Mulher, que é inerente à Mulher, na qual reside a sua dimensão ontológica e a sua força, a força do Útero. É começando por esse resgate do seu ser instintivo, emocional e psíquico e consequentemente implicando a concepção de um novo paradigma logo à partida, não a subsistência deste, começando uma verdadeira revolução interior, que a mulher se poderá afirmar; sim, é a partir de dentro, dos seus ovários, útero  e coração, uma mudança de dentro da mulher e não apenas fora, que a mudança poderá acontecer, pois considero que todas estas manifestações das Mulheres Vadias e das Femens, são reacções dos subprodutos culturais que as mulheres são dentro do sistema, mulheres divididas, cindidas, fragmentadas em estereótipos que com estes actos extremos  não fazem mais do que rebentar com a Cara (a exposição inútil do seu corpo degradado pelo olhar machista) contra as Paredes de Aço do Sistema e todos os seus defensores, polícias e políticas e políticos, padres, juízes e catedráticos etc. que as desprezam e culpam na mesma sempre.

Não é com marchas de vadias, nem mulheres nuas e agressivas, que se mudam mentalidades nem através de leis...As leis já foram mudadas em muitos lugares e a mente masculina e feminina também continuam a mesma...e é isso que ninguém quer ver...
Se as mulheres mais lúcidas e inteligentes querem continuar cegas e ir contra os muros da sua prisão...e destruírem-se...é continuar por aí com toda a RAZAO, SIM, COM TODA A RAZÃO, MAS SEM NENHUMA CONSCIÊNCIA ontológica do seu SER MULHER!...


rlp

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