O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, março 27, 2016

SOU XENÓFABA



Um elogio à Intolerância!

Estive em Londres há 15 dias e, infelizmente, constatei que sou xenófoba. Não sou xenófoba por não suportar seres ou coisas estrangeiras. Muito pelo contrário, eu adoro muito do que é "estrangeiro". No entanto, em Whitechapel, percebi que sou xenófoba. Esta avenida londrina foi colonizada por muçulmanos e, ao virar da esquina, é impossível não nos sentirmos deslocados. A... ocidentalidade desaparece no quarteirão anterior mas isso até pode ser encarado como algo engraçado. Afinal, somos países que levam a inclusão a sério. O que me fez mesmo reflectir neste assunto foram as mulheres. Não há mulheres nesta rua. Há seres estranhos, tapados (literalmente) dos pés à cabeça, e mesmo os olhos, essenciais à circulação, são dificilmente perceptíveis. E é esta estranheza que me incomoda. Eu não sei se aqueles seres tapados são realmente mulheres, afinal, qualquer um se pode esconder por trás daqueles trajes, basta querer.
Nada disto tem a ver com terrorismo, e eu estou longe de chamar terroristas àquelas mulheres. O que está aqui em questão é a tolerância. Eu não pude usar biquini em diversas praias de Marrocos, porque isso é inaceitável naquela cultura. As mini saias e os calções são proibidos às mulheres nos centros comerciais do Dubai. Mas há ruas, em Londres, completamente rendidas às burcas. E nós, ocidentais, aceitamos isso. Sou xenófoba quando a tolerância é unilateral, quando somos obrigados a tolerar o intolerável na nossa cultura. Sou xenófoba quando a estranheza dos seres me faz ter medo. Porque, na realidade, aquelas mulheres em nada se assemelham a seres humanos, ou ao que a minha cultura visual assimila como ser humano. Tinha guardado estes pensamentos só para mim mas decidi partilhá-los hoje. Não dá mais para ignorar que vivemos um choque de civilizações neste século XXI. E se nós, ocidentais, prescindimos de ir à praia e nos tapamos para entrar numa mesquita, gostava que o mesmo se aplicasse às outras culturas e que as mulheres de Whitechapel parecessem mulheres, mesmo sendo muçulmanas.

Rock and Rolla
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