O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, janeiro 12, 2017

PARA NINGUÉM



Eu já escrevi

"Poemas sobre alguém simultaneamente real e imaginário. Não são mensagens, apenas versos um pouco absurdos na sua inútil clareza. Falam de quem,  com quem, desconhece o que imaginei. Inutilidade maior das palavras assim  agrupadas, dirigindo-se a quem não as conhecerá nem as poderá entender.  Cartas para ninguém, que é alguém sob a verdade das imagens. Ignoro até que ponto é esta a realidade. Verdade, realidade, criei-as ou fui por elas inventado? Num exacto  momento elas introduziram factos na minha vida. O poder da visão tornou-me real e levou-me a imaginar que eramos reais: alguém não existindo, com a existência que a minha mente lhe dera, estava diante de mim; e eu estava diante de alguém que via a minha visão e ignorava o que nela era a sua própria realidade. "

Gastão Cruz

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