O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, janeiro 16, 2017

POBRE ADÃO...



ESTA HERANÇA JUDAICO-CRISTÃ


...“pobre Adão, que não suportou a sua divina solidão e adquiriu uma “má companhia”, porque a seus olhos ele perdeu a sua alma imortal e perfeita…Ele decidiu nunca mais perdoar esta história da “maçã”, recusando-se a tomar consciência do presente que teve – obrigado e colocado na sua mão por Iavé – que Isha, a sua consciência revelada, lhe faz oferecendo-lhe a sua morte. Da serpente de vida e da morte, macho e fêmea, ao andrógino perfeito passando... pela bissexualidade e o hermafroditismo, o pensamento humano – asseguram-nos disso – progrediu, evolui e apurou-se. Nesta evolução – seguramente nobre e espiritual – visando a magnitude da alma e a transcender o corpo e a sexualidade, alguma coisa se perdeu, uma outra dimensão, de do ser vivo e carnal, e “inocente” porque ela estava bem longe de qualquer noção do pecado e portanto de perversão. E precisamente esta perda de inocência, esta perda sobretudo do sentido do sagrado, introduziu no nosso universo as piores perversões. O que é que há de mais “culpado”: praticar a omofagia, quer dizer, devorar carne crua – por vezes é verdade, como os tigres que se sacodem na boca um animal vivo – ou prostituir crianças nas ruas de Manilha por dinheiro ou utilizá-los com o mesmo fim, em filmes pornográficos que incluem por vezes a morte real dos actores involuntários?”


Joelle de Gravelaine no seu livro Deusas Selvagens



Quiriarquia (?) sistema social ou conjunto de sistemas sociais de conexão construídas em torno de dominação, opressão e submissão. A palavra foi cunhada por Elisabeth Schüssler Fiorenza em 1992 para descrever a sua teoria de sistemas interconectados, em interação, e auto-extensíveis de dominação e submissão, em que um único indivíduo pode ser oprimido em alguns relacionamentos e privilegiado noutros. É uma extensão interseccional da ideia do patriarcado além do género. O conceito engloba o sexismo, o racismo, a homofobia, o classismo, a injustiça económica, o colonialismo, o militarismo, o etnocentrismo, o antropocentrismo, e outras formas de hierarquias dominantes em que a subordinação de uma pessoa ou grupo por outro é internalizada e institucionalizada.

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