O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, julho 16, 2017

UMA MULHER QUE "SABE O QUE SABE"



"São mulheres individuais, conscientes, que devem guiar o caminho.
Isso é muito difícil para os homens - tão perigosamente expostos, nesta era, à possessão pelo intelecto, pela tecnologia, ou por sua feminilidade inferior desintegrada -, descobrir o sentido de eros sem essa mediação de mulheres verdadeiras que não apenas vivem essas coisas instintivamente, mas "sabem que sabem".



Existe uma carta escrita por Jung a Aniela Jaffe em 1947, que ilustra belamente o valor, para um ...grande homem, do sentimento receptivo de uma mulher que "sabe que sabe". Isso foi escrito em resposta a uma carta dela, na qual falava, evidentemente, do ensaio sobre .a Trindade. Ele escreve: Agradeço de todo o coração sua resposta ao meu "Trindade": não poderia imaginar resposta mais bonita. É uma reação "total" e teve um efeito "total" sobre mim. Você imaginou perfeitamente o que eu tinha imaginado em meu trabalho. Tornou-se novamente claro para mim, em sua carta, o quanto se perde quando não se recebe nenhuma resposta ou nem um mero fragmento, e que alegria é experimentar o oposto - uma ressonância criativa que é, ao mesmo tempo, uma revelação do ser feminino. É como se um vinho - que à força de muito trabalho e suor, preocupação e cuidado, se torna finalmente maduro e bom — fosse despejado numa caneca preciosa. Sem este receptáculo e aceitação o trabalho de um homem permanece como uma criança delicada, seguida por olhos duvidosos e solta no mundo com ansiedade interior. Mas quando uma alma se abre ao trabalho, é como se uma semente fosse colocada em terra boa, ou como se os portões de uma cidade fossem fechados à noite para que ela goze de repouso mais seguro. Ao ler essas belas palavras, como parece horrível a atitude dessas mulheres que estão tão ocupadas fazendo coisas e exigindo seus direitos, pessoal ou coletivamente, que rejeitam essa "caneca preciosa", o Graal do ser feminino que recebe o vinho do mistério para que muitos possam beber no tempo devido."


Via Kesller Campos

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