O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, fevereiro 27, 2018

Celebração do Dia de Hecate




27 DE FEVEREIRO


Dia da Anciã, uma das manifestações da Deusa Tríplice, detentora da sabedoria.

"A Anciã podia ser representada por inúmeras deusas como Morrigan, Baba Yaga, A Mulher que Muda, Befana, Hecate, Cailleach, Edda, Hel ou Sedna. Esse aspecto da Deusa corresponde aos rituais de mudança e transformação, aos períodos de transição e à sabedoria da mulher pós-menopausa que, ao guardar seu sangue, adquire novas habilidades psíquicas, mentais e espirituais.
Celebração da deusa grega da natureza e do tempo Pyrrha, a filha da deusa da terra Pandora.

Originalmente, Pandora – cujo nome significa “A Doadora” – era a própria terra, sua energia alimentando as plantas, os animais e os homens. Sob o nome de Anesidora – “aquela que dá as dádivas” – a deusa era representada como uma mulher gigante, saindo da terra por um túnel aberto com machados de pedra pelos gnomos. Com o advento da sociedade patriarcal, Pandora foi transformada em uma vilã, responsável por ter aberto a caixa com todos os males do mundo, assim como Eva, considerada no Velho Testamento como a causa original do pecado e dos males da humanidade." (?)


Hécate como Feiticeira Temida

"As mulheres temem ser chamadas de bruxas por razões históricas de peso. A Inquisição foi criada em 1252 pelo papa Inocêncio IV e a tortura prosseguiu durante cinco séculos e meio até ser abolida pelo papa Pio VII em 1816. Entre 1560 e 1760 a perseguição de mulheres por bruxaria atingiu o seu auge. É chamado a este tempo o “holocausto das mulheres”. Estima-se entre cem mil e oito milhões o n.º de mulheres condenadas á morte na fogueira.
As mulheres mais temidas ou respeitadas foram as mais perseguidas. Entre as primeiras a serem queimadas, incluíam-se as parteiras e as curandeiras, as velhas que facilitavam o trabalho de parto e ajudavam as mulheres a darem á luz, que conheciam as ervas medicinais e cujos poderes provinham da observação e da experiencia. As mulheres com autoridade e experiencia ou conhecimentos, as mulheres excêntricas ou as mulheres com posses, normalmente viúvas também eram denunciadas, sujeitas a tortura e condenadas. Qualquer mulher idosa corria riscos, para sobreviverem, era preciso que não dessem nas vistas nem se distinguissem. Só as mulheres idosas invisíveis permaneciam vivas.
Um dos motivos pra acusações de bruxaria era a ganância, ficar com os bens das bruxas ou verem-se livres da competição. Os acusadores das parteiras, por exemplo, eram médicos. As viúvas com algumas posses cobiçadas por outras pessoas eram alvo de denúncia. Havia avareza por parte da inquisição. Considerava-se que os bens de uma mulher que tivesse sido denunciada como bruxa e queimada serviam para custear o seu encarceramento, tortura e até a morte na fogueira."(...)


in As Deusas em cada Mulher, a Deusa Interior, de Jean Shinoda Bolen

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