O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, junho 08, 2019

SER E PARECER



O PROBLEMA DA AFIRMAÇÃO PESSOAL

"A mente é muito ardilosa ainda mais quando alimentada por ideias espirituais, reveste-se então de um orgulho sutil que é muito difícil de vermos em nós mesmos, fazendo do enfrentamento de nossa própria sombra um jogo de esconde-esconde."
(?)


Normalmente as pessoas cobrem-se com um manto de mentiras (a aparência - que inclui as roupas e as marcas) sobre si mesmas sem ter qualquer ideia de quem são de facto e menos ainda, claro, do que mentem e do que escondem delas próprias - feridas, inseguranças, medos, complexos - e esse é que é drama da sociedade, mas principalmente das relações humanas. Elas também se cobrem de grandes propósitos e causas, sendo lideres em destaque manipulando os outros, seja os mais fracos seja as mulheres e crianças, na ansia de se afirmarem e valorizarem por um lado de acordo com o sistema e a moral vigente, ou por outro, contra o sistema, mas sobretudo tentam corresponder ao que lhes é exigido na aparência, e que está na moda. Cada pessoa à sua maneira tenta mascarar-se de algo em que se afirma para se promover num circulo determinado - seja num grupo social, seja na moda, seja na arte, seja ao nível das ideias ou  nos meios culturais ou mesmo virtuais - para angariar adeptos ou devotos ou leitores… e se convencer assim que é importante!

Se for escritor...os livros são quase todos muito sexo e dinheiro e outras mentiras que @s autores se contam e querem convencer os outros...mas há que promover uma imagem de sucesso e triunfo pessoal, senão não se vende nada...porque o que vende é a imagem.

Por mim, quando vejo uma pessoa auto-elogiar-se, equivalente ao gabar-se, promovendo-se a si própria, prefiro até pecar por falsa modéstia e sonegar-me do que exibir-me de forma tão impudorada...que é em certos casos, diga-se de passagem, uma forma de empoderamento falso...ou de marketing apenas.

Ciente de Ser nada tem a ver parecer, tenho por principio que o reconhecimento do meu valor pessoal não depende da minha avaliação própria mas dos outros pelos meus actos e merecimento humano, por reconhecido mérito e não por imposição de uma lista de saberes falsos, um curriculum fantasioso, tanto como por um diploma comprado numa universidade ou obtido num cursozeco de fim de semana.  - rlp




COMO DIZ DOM JUAN "A VAIDADE O NOSSO MAIOR INIMIGO"

“- A vaidade é nosso maior inimigo, pense sobre isso… o que nos enfraquece é nos sentirmos ofendidos pelos feitos e desfeitas de nossos semelhantes. Nossa vaidade faz com que passemos a maior parte de nossas vidas (a sentir-nos) ofendidos por alguém. Os novos videntes recomendavam que todo o esforço devia ser feito para erradicar a vaidade da vida dos guerreiros. Eu segui aquela recomendação, e muitos dos meus esforços consigo têm sido no sentido de mostrar-lhe que, sem vaidade, somos invulneráveis.”

Carlos Castanheda


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