O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, dezembro 11, 2001

Ela é tudo e não apenas uma:
É a vida e a morte, a sedução e a libertação.
Acaso o ignoravas?
Sabes sòmente que ela fascina e enfeitiça a turba das criaturas
e não sabes que ela também as conduz
para além das trevas e da confusão,
ao conhecimento da verdade?
Então sabes muito pouco e não te inteiraste de um grande e difícil mistério:
que a própria embriaguês que nos atordoa
é a mesma exaltação que nos leva à verdade e à liberdade.
Aquilo que agrilhoa liberta-nos e a exaltação une
a beleza material à espiritualidade

Thomas Mann - in "As Cabeças Trocadas"

1 comentário:

Ná M. disse...
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