SER UMA INTÉRPRETE
Esta não é uma caixinha mágica que quando se abre tudo aparece no ecram. Por momentos parece que tenho essa expectativa. Como se uma forma algo abrecadraba se produzisse ao abrir da tampa, ao acender das luzes ou uma varinha mágica, trouxesse as palavras atrás dela como estrelas a cintilar... Escrever devia ser algo mágico...devia haver um gesto, um sentimento, um olhar que rompesse a barreira do inconsciente e se tivesse acesso a um lugar dentro de nós admirável.
Acreditei em tempos que assim era dentro de nós. Esperei anos por uma iluminação ou “aparição”, uma voz do outro lado, uma indicação de como seguir em frente e penetrar os mistérios... uma INICIAÇÃO, uma “Deusa", um acordar espiritual, uma nova fé inabalável, outra dimensão!
Uma forma de comunicar ou sentir que nos ligasse a todos por um fio invisível...
Antenas ou sentidos que se abrissem para o cosmos...
Quarto Motivo da Rosa
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Cecília Meireles
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