O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 09, 2001

Morgana
Rosa Leonor, in Mulher Incesto- Sonata e Prelúdio

Sàbiamente misturo os venenos, elaboro a poção mágica...
Tenho tudo preparado, lente e vagarosamente,
quando chegas, se devagar te chegas a mim...

Ouço-te respirar e olho-te bem dentro dos olhos
para no espelho da tua alma me ver...
e o que vejo são mares e correntes,
fontes a jorrar.
Vejo o passado e o presente e
como uma demente, ponho-me a teus pés a chorar.
Toda eu estremeço da imensidão do que vejo,
todo eu estremeço no frémito de te adivinhar.

Quero-te terra, deusa e mar
quero-te vida, oceano e sangue
e fogo no meu peito.
Quero-te natureza divina e humana,
carne e espírito
alma encarnada na forja do tempo
dos confins do tempo vinda
uma e outra vez...
no teu ventre Mulher, eu quero mergulhar.

3 comentários:

Ná M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ná M. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vânia disse...

Primeiro andei a ouvir Morrigan ao ouvido, esta manhã ouvi Morgana e agora já não ouço mais nada.
Guardo este teu livro com muito Amor. Não me esqueci da forma como mo entregaste. Percebi que era algo muito raro e único q ali tinhas. Delicie me todos estes anos com a tua poesia, a tua escrita. Um dia alguém me perguntou que Mulheres me agradam e eu respondi, Mulheres francas e diretas como a Rosa Leonor Pedro. Beijinhos. Bom fim de semana meu Amor.