A VOZ DO SILÊNCIO
Esta terra, discípulo, é a sala da tristeza, onde existem, pelo caminho das duras provações, armadilhas para prender o teu Eu na ilusão chamada “a grande heresia”.
Esta terra, ó discípulo ignaro, não é senão a triste entrada para aquele crepúsculo que precede o vale da verdadeira luz - essa luz que nenhum vento pode apagar, e que arde sem óleo nem pavio.
Kali - a Liberdade
“QUE TEM KALI A VER COMIGO?
TUDO.
PENSA BEM NA DEUSA DE CABELOS SELVAGENS,
E TUDO SE TORNA CLARO.”
(...)
A DEVOÇÃO A KALI É A RAIZ DE TODA A FELICIDADE
A SALVAÇÃO É SUA COMPANHEIRA
PENSA BEM NA DEUSA DE CABELOS SELVAGENS
E TUDO SE TORNARÁ CLARO”
Excerto de uma canção devocional
“Em diversas tradições indus, Kali é a deusa mais importante da nossa época, cujo nome, Kali-yuga, significa o tempo de Kali. Em épocas como esta é fundamental compreender esta deusa, para poder sobreviver, resistir e por fim alcançar a paz.
Ela nasceu numa época como esta, quando a força masculina se havia tornado predominante e fazia com que o Universo corresse o perigo de da destruição total. Nem mesmo os grandes deuses tinham poder contra os asuras, os demónios que mantinham o mundo cativo. “
Kali a destruidora de demónios, nasce da testa de Durga, a mãe da compaixão quando, tendo-se retirado para meditar e descansar de lutas anteriores, voltou a ser atacada pelos demónios. Assim a sua fúria para se defender a si e ao mundo aprisionado nas trevas, fez com que enfrentasse a grande sombra negra do mal com o seu tridente, destruindo todos os demónios e tornando-se a protectora de toda a humanidade.
Kali é uma forma de Shakti - energia feminina - cujo culto remonta na India desde há milénios até às cidades pré-históricas de Mohejo-Daro e Harupa, onde foram encontradas estátuas soberbas desta deusa.
Kali, aparece como uma deusa terrífica, “no entanto os místicos da India dizem-nos que, enquanto não pudermos amar Kali, nunca seremos verdadeiramente livres. A espada que ela empunha corta as ilusões da nossa vida, que nos amarram como pesadas cordas aos nossos hábitos e às nossas preocupações quotidianas. E assim a jornada em direcção a Kali, por muito difícil que seja, é importante para aqueles que percorrem o caminho da deusa.”
In O caminho da Deusa
De Patricia Monaghan
O NOSSO MUNDO feito de retalhos...
“O teu Cristo é judeu,
o teu carro é alemão,
a tua pisa é italiana,
o teu hamburgar americano,
a tua democracia grega,
o teu café africano,
o teu relógio é suiço,
a tua camisa é francesa,
a tua alta fidelidade é japonesa.
As tuas férias são londrinas, espanholas ou sul-americanas,
os teus números são árabes,
a tua escrita é latina.
Então...não trates o teu próximo como a um estranho!
- Um panfleto dado na rua, em Lisboa, sem assinatura de pessoa ou partido e citado por um jornalista do jornal diário.
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
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