O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 30, 2003




FINALMENTE O LIVRO !

“Os Sinais do Medo”

de Ana Zanatti

Nada mais tocante do que a nossa nudez mas as convenções, os tabus, a hipocrisia dos falsos moralismos, fazem-nos às vezes representar papéis que não são nossos, usar máscaras que nos desumanizam e tornam infelizes, apenas pelo medo da reprovação da família, dos amigos, da sociedade. Tememos não ser amados por sermos diferentes do que é suposto ser, Nascemos, vivemos e morremos ao lado de amigos e familiares que se dizem íntimos mas para quem somos e nos são, desconhecidos.
Numa família, raras são as pessoas que se conhecem, amam e aceitam verdadeiramente. Queremos o amor dos nossos pais, mas eles próprios nos entregam no berço, o papel que nos esperam ver desempenhar. Com pouca margem de improviso e criatividade, porque a criatividade faz de nós seres únicos e a diferença paga-se caro. A maior miséria que podemos herdar é o medo que através de gerações, aparece personificado pela incompreensão e desamor, pela guerra, intolerância e ausência de compaixão, de saber estar ao lado de quem sofre. Pela farsa que ele nos leva a representar. As gerações do livro, comungam em gerações diferentes, da mesma mágoa econdida. Cada uma vive à sua maneira, com aceitação, revolta, desânimo, tristeza, impotência ou desespero as consequências de uma sexualidade reprimida porque mal vista ou considerada aberrante.
Um medo disfarçado de juiz da moral e dos costumes, que transforma o amor e o sexo em actos vergonhosos quando deviam ser belos e libertadores.


in "OS SINAIS DO MEDO" de Ana Zanatti
ED. Dom Quixote

"NÃO SOU DAQUELAS QUE RUMINAM RANCOR:
MEU CORAÇÃO É O DA CRIANÇA"


Safo- Fragmentos

>COMENTÁRIO RECEBIDO

Querida Rosa Leonor:

Gostaria de deixar aqui o meu testemunho de admiração e de apoio ao que a publicação do livro da ANA ZANATTI representa por parte da sua autora.
Num mundo em radical transformação, tornam-se insustentáveis, de facto, os contextos de hipocrisia, medos, preconceitos, pseudo-moralidades e julgamento condenatório e implacável do que aparenta ser diferente do pré-estabelecido, que nos condicionou na chamada cultura judaico-cristã em que nascemos.
Chegou a hora, sinto! A hora de falarmos de coração aberto, de tentarmos escutar as vozes quase remotas que do fundo das nossas almas tentam fazer-se ouvir para que nos cumpramos.
Ana Zanatti dominou os seus medos e faz ouvir a sua voz, com desassombro e busca de verdade.
Pela CORAGEM e pela dádiva à comunidade a que pertence, aplaudo a autora de pé, com o meu coração em festa!
Que muitas outras pessoas tenham a coragem de seguir o seu exemplo!

Um abraço muito carinhoso para ti e para todas as mulheres e homens do mundo em demanda da verdade

Mariana Inverno
Fundadora
PROJECTO Art for All

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