O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, junho 06, 2003



Como a musa se desvanece, assim se desvanece o poeta.

(...)
A razão óbvia pela qual há tão poucos jovens no nosso tempo que continuam a publicar poesia passando dos vinte anos, não é necessariamente como eu pensava, pelo desaparecimento do mecenato e a impossibilidade de assegurar uma forma de vida decente escrevendo apenas poesia. Há na verdade muitas maneiras de providenciar as necessidades da vida que podem coexistir harmoniosamente com o facto de se escrever poesia e nem é difícil publica-la. A razão é que qualquer coisa morre no poeta. Talvez ele tenha comprometido a sua integridade poética dando mais valor a uma ou a outra das suas diversas experiências, literária, religiosa, filosófica, dramática, política ou social, do que á poética. Ou talvez ainda ele tenha perdido o seu sentido da Deusa Branca: a mulher que ele tinha por Musa ou que era a Musa transformou-se na mulher “doméstica” e podendo mesmo ele estar a em vias de se transformar ele também no homem caseiro: a “fidelidade” impede-o de negligenciar a sua companhia, sobretudo se ela é a mãe dos seus filhos e que se tornou orgulhosa em ser uma boa dona de casa; e como a musa se desvanece, assim se desvanece o poeta.
(...)
in A DEUSA BRANCA de Robert Graves


La Déesse était seule.

Au tout début de l'univers
La Déesse était seule.
D'Elle naquit le désirable
Et tout ce qui a de l'énergie.
D'Elle aussi les êtres
Qu'ils aient pour original
L'oeuf, l'eau, la graine ou la matrice.
Les végétaux, les animaux
D'Elle aussi les hommes.
C'est Elle qui est l'Energie Suprême!


(Bahvricha Upanisad)

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