Como a musa se desvanece, assim se desvanece o poeta.
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A razão óbvia pela qual há tão poucos jovens no nosso tempo que continuam a publicar poesia passando dos vinte anos, não é necessariamente como eu pensava, pelo desaparecimento do mecenato e a impossibilidade de assegurar uma forma de vida decente escrevendo apenas poesia. Há na verdade muitas maneiras de providenciar as necessidades da vida que podem coexistir harmoniosamente com o facto de se escrever poesia e nem é difícil publica-la. A razão é que qualquer coisa morre no poeta. Talvez ele tenha comprometido a sua integridade poética dando mais valor a uma ou a outra das suas diversas experiências, literária, religiosa, filosófica, dramática, política ou social, do que á poética. Ou talvez ainda ele tenha perdido o seu sentido da Deusa Branca: a mulher que ele tinha por Musa ou que era a Musa transformou-se na mulher “doméstica” e podendo mesmo ele estar a em vias de se transformar ele também no homem caseiro: a “fidelidade” impede-o de negligenciar a sua companhia, sobretudo se ela é a mãe dos seus filhos e que se tornou orgulhosa em ser uma boa dona de casa; e como a musa se desvanece, assim se desvanece o poeta.
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in A DEUSA BRANCA de Robert Graves
La Déesse était seule.
Au tout début de l'univers
La Déesse était seule.
D'Elle naquit le désirable
Et tout ce qui a de l'énergie.
D'Elle aussi les êtres
Qu'ils aient pour original
L'oeuf, l'eau, la graine ou la matrice.
Les végétaux, les animaux
D'Elle aussi les hommes.
C'est Elle qui est l'Energie Suprême!
(Bahvricha Upanisad)
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