O INSTINTO E A RAZÃO
“(...) O instinto que nós apelidamos de sexual, sensual e erótico, ler “baixos instintos”, não é senão a procura de um estado de beatitude interna a que alguns chamam felicidade. Esta felicidade é a finalidade em que nos fixamos. Como a não conseguimos atingir a acção acaba num efeito no resultado que é o prazer e não um fim em si nem um meio mas o acabar num acto incompleto ou num acto pelo qual todas as causas para o seu sucesso não estavam à partida reunidas. O prazer é de algum modo a forma imperfeita do que nós julgamos ser a felicidade, mas no mundo relativo que é o nosso será possível atingir essa felicidade?
Somos obrigados com isto a chegar a um outra constatação: o prazer é o que resta ao homem (ser humano?) de mais desejável quando ele quer satisfazer o seu instinto.
É este instinto que a “civilização” nos fez esquecer e que os diferentes sistemas de educação colocam deliberadamente sob repressão em detrimento da natureza humana e evidentemente simbolizado nas sociedades paternalistas pela Mulher. Se o instinto é oposto à produção, a Mulher que é Instinto, que é Sensibilidade, que é Intuição, opõe-se fatalmente ao Homem que é Razão, que é Lógica, que é o Construtor, que é o Produtor, que é Organizador. E depois, os antigos terrores face à Mulher ficam bem presentes: a Mulher é também o Amor, e o amor culpado.
(...)
“Pelo seu poder sexual a mulher torna-se perigosa para a colectividade, cuja estrutura social assenta na angústia que, antigamente era inspirada na mãe, hoje em dia tem como fonte o pai.” E se esta mulher é perigosa, ela é afastada, e remetemo-la às cavernas mais profundas, mascaramo-la, ou a masculinizamos por vezes. A Deusa-Mãe tornou-se Deus-Pai. Mas como os homens têm necessidade ainda das mulheres, para quê aborrecer-se? Deus criou o homem à sua imagem, porque não havia o homem de criar a mulher à sua imagem?” (...)
(in JEAN MARKALE – LA FEMME CELTE)
...E ASSIM NASCEU O TRAVESTI...
E porque essa mulher autêntica e inteira os aborrecia, os homens dividiram a mulher em duas, criando o ódio entre a mulher e a serpente. Entre o lado instintivo e a razão...De facto, assim o fizeram os patriarcas desde a Génese em que os próprios documentos originais foram adulterados em função desse interesse que era destituir o poder da Deusa-Mãe e o seu símbolo a Serpente e naturalmente toda a mulher do seu poder natural e instintivo para poderem assim exercer o domínio absoluto e repressivo sobre as mulheres em geral e a nova “economia” local que se foi alargando ao mundo.
Desse modo e paulatinamente todos os lugares ocupados pelas deusas e sacerdotisas ou pitonisas foram neste mundo usurpados pelos sacerdotes guerreiros e mais tarde pelos padres – sendo decorrente o traje feminino e os atavios que usam para a missa! - que impuseram leis em que a mulher seria completamente anulada, escravizada e prostituída e mesmo a mulher casada era usada para entreter os inimigos caso estes atacassem a casa dos homens, ou vizinhos, como consta textualmente na Bíblia no Velho Testamento.
R.L.P.
SE ME QUISER ESCREVER PODE FAZÊ-LO, SEMPRE QUE QUISER.
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